Dois mil e vinte e quatro foi o ano mais quente de sempre em Moçambique, com temperatura média de 1,2 grau Celsius acima do normal dos últimos 75 anos, indica o Relatório do Estado do Clima, divulgado segunda-feira em Maputo.
O documento que é citado pelo “Notícias”, é da autoria do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), que avalia o comportamento do clima e partilha informações recentes sobre eventos meteorológicos e seus impactos.
O aumento da temperatura está a intensificar a ocorrência de eventos extremos, como cheias, secas, ciclones e tempestades, que levam a mortes e impactos negativos em sectores-chave do desenvolvimento, indica o documento.
Em 2024, a temperatura mais alta foi de 44,5 graus celsius, registada a 28 de Outubro em Chingodzi, província de Tete.
Face ao actual cenário, Nilsa Miquidade, secretária permanente no Ministério das Comunicações e Transformação Digital (MCTD), defende a implementação de acções de melhoria da capacidade técnica dos sectores-chave que lidam com a componente hidro-meteorológica e climática de modo a reduzir riscos e fortalecer a resiliência no país.
Acrescentou, segundo a publicação do “Noticias” que o Governo está a implementar acções de mitigação dos impactos dos fenómenos adversos, com destaque para o Sistema de Aviso Prévio para todos; programa Um Distrito, Uma Estação Meteorológica; instalação de radares meteorológicos; e o projecto Mecanismo de Financiamento de Observações Sistemáticas (SOFF).
Adérito Aramuge, director-geral do INAM, diz que os eventos climáticos registados nos últimos 75 anos evidenciam desafios crescentes da previsão dos sistemas climáticos, exigindo uma análise científica robusta e desenvolvimento de acções coordenadas para mitigar os seus impactos.
Disse haver necessidade de investimento institucional para garantir a melhoria do relatório do estado do clima, porque a sua elaboração exige uma rede de observação à escala nacional, tecnologias modernas de processamento, análise de dados, capacitação humana e dinheiro.
Além do Relatório do Estado do Clima, foi lançada também, no evento, a Plataforma para Monitoria do Impacto Situacional em Tempo Real, alusivo ao Dia Mundial da Meteorologia, assinalado a 23 de Março.
A ferramenta visa a disponibilização e disseminação de diversos produtos climáticos.
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