Moçambique explora apenas 20% dos 30 milhões de hectares de terra arável

Moçambique explora actualmente cerca de 5,5 milhões de hectares de terras aráveis, que corresponde a uma área inferior a 20% dos cerca de 30 milhões de hectares disponíveis no país.

A informação foi partilhada esta terça-feira, em Maputo, pelo representante da Associação Moçambicana de Economistas (AMECOM), Helton Leonardo, durante a Conferência Nacional da Agricultura de Pequena Escala em Moçambique, Desafios e Oportunidades, que lamentou o facto de existirem no país muitas terras ociosas e as que estão sendo exploradas é com base em métodos arcaicos.

“Nós temos mais de 30 milhões de hectares para o cultivo no país e estamos a explorar menos de 20% deste sector, ou seja em torno de 5,5 milhões de hectares. Isso significa que nós ainda não exploramos a nossa terra e a maior parte desta exploração tem sido praticada de forma manual”, referiu Helton Leonardo, citado pela AIM.

A fonte disse igualmente que existe um grande fosso perante o contributo que a agricultura no o PIB nacional contra o que recebe do Orçamento de Estado.

“A agricultura em Moçambique contribui em média com 23% para o PIB, mas o orçamento de Estado para o investimento neste sector tem sido ínfimo, ou seja, em torno de quatro por cento, o que significa que menos de 20% do contributo deste sector não tem sido investido no mesmo”, afirmou.

Aliás, 95% da prática da agricultura no país é dos pequenos agricultores e apenas cinco por cento é comercial.

“Um dos principais desafios que eu posso fazer aqui menção é a ajuda técnica e metodológica, mesmo depois da independência, dos vários projectos, das várias políticas que foram implementadas o sector da agricultura permanece estático, ou seja os níveis de produtividade deste sector são baixos, os pequenos produtores precisam de insumos, apoio geral a nível de logística”, apontou.

O painelista apontou igualmente que a situação da agricultura em Moçambique é caracterizada por investimentos em diversos projectos, mas sem sustentabilidade dos mesmos, pelo que deve ser melhor capitalizada.

“Em países como Moçambique, países em via de desenvolvimento, a agricultura deve ser a base de desenvolvimento”, concluiu.

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