Moçambique e Tanzânia assinam dois acordos de segurança

Moçambique e Tanzânia assinam dois acordos de segurança

Moçambique e Tanzânia pretendem fortificar as suas relações bilaterais em vários domínios com enfoque para a segurança e comércio. Neste sentido, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e a sua homóloga da Tanzânia, Samia Suluhu, assinaram, esta manhã, em Maputo, dois acordos de segurança.

Um dos memorandos é sobre a Paz e Segurança e o outro sobre a Evacuação, também relativo à paz, e que, segundo Nyusi, “é complementar ao primeiro”.

“Além da participação da Tanzânia no processo de segurança de combate ao terrorismo como membro da SADC e da SAMIM [força regional conjunta], há toda uma necessidade de haver uma cooperação bilateral [no domínio da segurança]. E todo o tipo de cooperação neste âmbito precisa de um instrumento legal que formalize esta participação, não só no combate ao terrorismo porque as questões de segurança são enormes”, explicou Filipe Nyusi, para depois limitar-se em avançar que “o outro [memorando] é complemento do primeiro”.

O Presidente da República esclarecia assim a decisão a que os dois países chegaram para as tropas tanzanianas combaterem o terrorismo no norte do país sem estarem integradas na SAMIM.

Nenhum dos presidentes disse quando e quantos soldados serão enviados para Moçambique e por quanto tempo poderão permanecer no território nacional.

Por outro lado, dado interesse de fortificar as relações comerciais, a Presidente da Tanzânia revelou que apenas uma empresa moçambicana opera naquele país e que as trocas entre as nações abrandaram.

“A agência de estatística do meu país mostrou que as trocas comerciais reduziram de 2.5 biliões de xelins em 2020 para 56 milhões em 2021”, disse Suluhu, antecipando mais um decréscimo previsto para este ano.

Filipe Nyusi explicou que essa baixa no gráfico comercial se deveu a vários factores conjunturais e adversidades, entre eles a pandemia da covid-19.

“Esse foi um dos factores, mas não o principal. Houve carência de contentores a nível internacional e o sector económico ficou deprimido”, disse, apontando a presença da Tanzânia na última edição da FACIM como uma intenção para reverter o gráfico. Mas também, os dois países vão promover fóruns económicos “que vão acontecer ou à margem de visitas ou organizado a nível das câmaras comerciais”.

A Chefe de Estado tanzaniana frisou a necessidade de se realizar mais trabalho no sector económico “para explorar o potencial de investimento entre os países, com enfoque para a áreas da agricultura, agro-processamento, mineração, petróleo e gás”.

Para aquela governante, os países precisam de trabalhar mais entre si. “Nós não temos estado a trabalhar entre nós. Estamos a trabalhar com a Ásia e América. Mas agora acordamos em explorar formas de fazer comercio entre nós”.

No âmbito da educação, Samia Suluhu disse que poderá haver trocas de estudantes universitários bem como manifestou o desejo de ver o Kiswahili a ser ministrado em Moçambique “para que possamos falar a mesma língua”.

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