Moçambique consolida sua posição no mercado regional de energia

Moçambique consolida sua posição no mercado regional de energia

Os Governos de Moçambique e da Zâmbia, representados pelo Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Manda, e pelo Ministro da Energia, Makoze Chikote, respectivamente, assinaram, esta quarta-feira, um Memorando de Entendimento Intergovernamental para a Interligação dos Sistemas Energéticos dos dois países, através das empresas Electricidade de Moçambique, (EDM) e a sua congénere da Zâmbia, a ZESCO (Zambia Electricity Supply Corporation).

Para Manda, a assinatura desse Memorando de Entendimento é um testemunho da visão partilhada para uma região mais forte, interligada e segura em termos energéticos.

“Moçambique tem orgulho em desempenhar um papel central na promoção da integração energética regional. Comprometemo-nos a garantir que os nossos vastos recursos energéticos contribuíam para a prosperidade do nosso país e da região da África Austral”, asseverou o Secretário Permanente do MIEREME.

Na ocasião, foi, igualmente, rubricado o Memorando de Entendimento entre as respectivas empresas de electricidade, assinado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Joaquim Ou-chim, e pelo Director Executivo da ZESCO, Justin Loongo.

Esse instrumento estabelece o quadro para a desenvolvimento do Projecto de Interligação dos Sistemas Energéticos entre Moçambique e Zâmbia, através de uma Linha de Transporte de energia eléctrica de 400 kV que se estenderá por aproximadamente 376 km, ligando a Subestação de Matambo, em Moçambique, à Subestação de Chipata West, na Zâmbia.

O PCA da EDM, Joaquim Ou-chim, disse, na ocasião, que aquele o acto marca a transição do planeamento para a execução deste projecto tão aguardado.

“No actual cenário energético global, a cooperação energética deixou de ser uma opcao para se tornar uma necessidade. À medida que a África avança rumo a uma maior interação energética, projectos como estes abrem caminho para um continente mais conectado e autossuficiente”, afirmou Ou-chim.

Com um custo estimado de investimento de 411,5 milhões de dólares americanos, o Projecto pretende não apenas aumentar a capacidade de fornecimento de energia entre os dois países, mas também reforçar a posição de Moçambique como um acto relevante no mercado energético regional.

A interligação facilitará a troca de energia, promovendo o comércio com outros membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) gerando receitas adicionais para Moçambique.

O Projecto, denominado Interligação Regional Moçambique-Zâmbia (MOZA), já

possui um Estudo de Viabilidade Técnico-Económica concluído, e a Avaliação de Impacto Ambiental e Social foi aprovada por instituições de financiamento como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Mundial (BM).

De acordo com a explicação do PCA da EDM, para garantir uma implementação eficaz, será estabelecido um Comité Executivo (EXCO) e uma Unidade de Implementação do Projeto (PIU) para coordenar os compromissos assumidos no Memorando.

“Essas equipas serão responsáveis pelos aspectos técnicos, ambientais, financeiros e operacionais do projecto, assegurando que o progresso se mantém no rumo certo e que os desafios são enfrentados proactivamente”, explicou Joaquim Ou-chim.

A parceria energética entre Moçambique e Zâmbia tem se fortalecido ao longo dos anos, sendo que em 2024 cerca de 60% do total de volume de exportações foram destinados ao mercado zambiano.

Com efeito, a assinatura do IGMoU é um passo decisivo que reafirma o compromisso de Moçambique em ser um centro regional de geração de energia eléctrica de qualidade para o País e a região da África Austral.

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