O economista e antigo Ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, revelou, esta quinta-feira, que uma delegação moçambicana apresentou “hambúrguer de badjias” como produto para exportação, numa feira de comércio em Macau (China), quando detinha a pasta ministerial.
Ragendra disse que o país deve adoptar uma postura mais profissional de modo as que as suas reais capacidades no sector comercial sejam reconhecidas.
‘“Nós temos que expor o país de forma mais profissional, [pois agora] tem características de amadorismo. Quando eu fui a China percebi que tínhamos levado como produto de exportação hambúrguer de badjia, e só me apercebi lá”, disse Ragendra de Sousa num tom indignação durante uma entrevista a STV, porque, além disso, Moçambique apresentou produtos de praxe nesse tipo de ocasião como caju e madeira.
Perguntado se, na qualidade de Ministro, era também sua obrigação verificar o leque de produtos seleccionados para a exposição, o economista disse não ser um vidente para saber de tudo, mas também porque existem técnicos que tratam desses aspectos.
“Existe uma direcção para fazer esses estudos. As pessoas estão lá e têm formação para isso. Não é preciso o Ministro vir à televisão dizer isso. É trabalho dele saber que hambúrguer de badjia não produto de exportação. Toda a preparação foi feita, mas ninguém disse que estamos a levar…. Eu também não sou bruxo, e nenhum Ministro vai ser bruxo, portanto, só se apercebe naquela altura”, explicou.
Nesta vertente, para o antigo dirigente, é necessário haver uma formação rigorosa e profissionalizante das pessoas seleccionadas para trabalhar nas instituições do Estado.
“A qualidade dos quadros para servir o Estado tem que ser da mais alta qualidade, porque senão vai ser o ‘one man show’, ou seja, não é possível o Ministro saber e fazer tudo”, concluiu.
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