O Instituto Oceanográfico de Moçambique (InOM) passa a contar com um barco autónomo de investigação (robótica marinha) que servira de recurso auxiliar a pesquisas realizadas com o tradicional navio que requer tripulação e é oneroso.
Bernardino Malauene, investigador no InOM, explicou que o barco é controlado remotamente para colher dados ambientais sobre o estado dos oceanos, batimetria e topografia do fundo do mar, informações de salinidade, temperatura, correntes, entre outros.
Segundo o investigador, o equipamento pode igualmente ajudar nas investigações sobre as mudanças climáticas, porque os oceanos estão a sofrer transformações nos, últimos anos.
“A temperatura das águas está a aumentar de forma drástica. Um estudo científico revela que o canal de Moçambique é dos oceanos no mundo que mais está a aquecer, por isso, precisamos de informações para monitorar o seu estado”, disse.
Acrescentou que o robô marinho é equipado em função do tipo de estudo pretendido.
“No caso do canal de moçambique podemos acoplar um instrumento acústico, para estimar a quantidade dos peixes pelágicos, aqueles que se encontram na zona da superfície”, sublinhou.
Malauene falou da aposta na robótica marinha para as pesquisas, como forma de evitar a dependência de navio de investigação de parceiros.
O equipamento tem capacidade para percorrer cerca de três quilómetros no alto mar, suporta condições adversas como mau tempo e usa meios sustentáveis para o seu funcionamento como painéis solares e baterias, afirmou.
“Com o barco já não precisamos depender de programas internacionais e navios de parceiros. O robô marinho pode ser transportado por exemplo na bagageira de uma viatura para outro ponto do país, para colher informações necessárias para o estudo”, sublinhou.
O Instituto Oceanográfico de Moçambique é tutelado pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MMAIP).
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