Pelo menos 176 pessoas foram mortas a tiro pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na semana passada, durante a última das manifestações designadas “Turbo V8” lideradas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, que contesta resultados eleitorais.
Os protestos começaram a 23 de Dezembro, depois de o Conselho Constitucional, o órgão máximo do país em matéria de direito eleitoral, ter dado a vitória ao partido no poder, a Frelimo, e ao seu candidato, Daniel Chapo.
Segundo dados da Plataforma Eleitoral “Decide”, os tumultos prolongaram-se por quatro dias. Esta fase dos protestos foi a mais mortífera desde o início das manifestações de apoio a Mondlane, a 21 de Outubro.
O número total de vítimas mortais desde 21 de Outubro ascende, assim, a 278 em todo o País. O número de mortos terá sido particularmente elevado nesta fase porque coincidiu com uma fuga em massa de prisioneiros da Cadeia Central de Maputo e da adjacente Cadeia de Alta Segurança.
Segundo a ONG, a cidade da Matola, no sul do País, registou o maior número de mortes, com um total de 37 casos, enquanto a província de Manica registou o menor número, com apenas uma vítima mortal.
“Em termos de tiroteios, 240 pessoas foram baleadas durante a fase ‘turbo V8’, elevando o número total para 586 desde o início dos protestos. A cidade de Maputo registou 62 casos de tiroteios, o maior número registado por província, enquanto a província nortenha do Niassa registou o menor número, com apenas um caso”, lê-se no relatório, citado pela AIM.
Durante o “Turbo V8”, 167 pessoas foram detidas, o que elevou para 4.201 o número de pessoas presas desde o início das manifestações. A província central de Sofala destaca-se com 54 detenções, o número mais elevado, enquanto a província meridional de Inhambane registou apenas um caso.
(Foto DR)
Deixe uma resposta