O Sindicato Nacional de Jornalista (SNJ) diz que a onda de violência pós-eleitoral, que ocorre em todo o país, tem estado a afectar a actividade dos jornalistas, havendo até situações de ameaças veladas à sua integridade física e a das suas famílias.
Em comunicado, o SNJ refere que a violência contra a classe incluiu igualmente a destruição e/ou confisco de meios de trabalho, como equipamentos de reportagem, telemóveis e veículos automóveis das empresas de comunicação, actos que segundo a agremiação, ferem gravemente, os direitos do exercício da actividade jornalística e da liberdade de imprensa consagrados no ordenamento jurídico moçambicano.
O SNJ cita a título de exemplo, profissionais da Rádio Moçambique (RM) que sofreram ameaças, em momentos distintos; viaturas da empresa foram vandalizadas e profissionais feridos, sendo o caso mais recente o registado no dia 18 de Novembro corrente, na Estrada Nacional número 04, na cidade da Matola, quando, de madrugada, indivíduos bloquearam a via, travando a marcha do carro e obrigando os seus ocupantes a incendiar a viatura, tendo estes declinado.
O SNJ diz ainda no seu documento que houve igualmente situações de excessos por parte da Polícia da República de Moçambique, que influenciaram no trabalho dos jornalistas, durante as últimas semanas.
“Tal é o caso da usurpação de material e obrigação de eliminação de gravações, a 14 de Novembro corrente, no bairro de Namicopo, na cidade de Nampula, onde dois profissionais da Rádio e Televisão Encontro cobriam uma manifestação”.
O SNJ mostrou-se também preocupado com a detenção de jornalistas ao serviço de órgãos de comunicação estrangeiros em pleno exercício das suas actividades.
O Secretariado Executivo do Sindicato Nacional de Jornalistas reitera que respeita o direito à manifestação por parte de qualquer cidadão, reivindicando o que quer que seja, porém, defende que, neste exercício, deve-se deixar os órgãos de comunicação social nacionais ou estrangeiros e seus profissionais trabalharem, de forma livre, sem intimidação de qualquer espécie e no estrito respeito pela sua linha editorial.
Aos manifestantes e seus apoiantes, o SNJ deixa uma mensagem para que estes deixem os profissionais de comunicação social exercerem o seu trabalho de forma livre e sem ameaças à sua integridade e a dos seus meios de trabalho, independentemente das orientações editoriais de cada órgão de informação.
Aos políticos, para que evitem discursos de ódio dirigidos aos profissionais de comunicação social e/ou aos órgãos de informação, como forma de legitimar as suas reivindicações, durante as manifestações ou outros eventos.
E as Forças de Defesa e Segurança para que permitam que os profissionais de comunicação social trabalhem livremente e sem quaisquer ameaças, garantindo a sua protecção face ao risco associado às manifestações violentas que se têm verificado nos últimos dias.
O Sindicato termina fazendo um apelo para que as forças vivas da sociedade resolvam os seus diferendos de forma pacífica e aproveita este momento para se solidarizar com os profissionais de comunicação social e os órgãos de informação vítimas de actos de violência na sequência da tensão pós-eleitoral que o país vive.
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