A nova onda de manifestações que arrancou logo após a validação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional, provocaram ontem, 18 mortos e 81 feridos, entre graves e ligeiros, 58 detidos, assalto a um posto policial, incêndio de dezenas de veículos, muitos dos quais de longo curso, na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, centro de Moçambique.
A acção dos manifestantes baralhou as autoridades que haviam montado o seu pessoal em pontos tidos como estratégicos e tradicionais focos de revoltas populares, tais como Munhava, Chipangara e Vaz. Contudo, não foram nos pontos tradicionais que foi accionado o rastilho. Grupos de jovens, que incluíam menores de idade, saíram de bairros menos propensos à violência, como Maquinino, Matacuane, Macurungo, Manga, Mobeira. Os mesmos actuavam recorrendo a métodos típicos de guerrilha.
Segundo uma publicação do jornal Savana, na mesma hora, um grupo saqueava produtos alimentares em armazéns nos bairros do Vaz e Mobeira. Por outro, outros incendiavam camiões de transportes de inertes e outros de longo curso ao longo da EN6.
De acordo com fontes policiais, cada vez se multiplicavam acções de vandalizações, e as vias eram obstruídas através de pneus e outros obstáculos, tendo referido que o assalto ao Posto Policial da Chota, naquela urbe, contou com a mão de menores de idade e adolescentes.
“Malfeitores colocaram menores de idade em frente para assaltar o Posto policial. Vimos que seríamos censurados pelos nossos superiores se abríssemos fogo contra aquele grupo social. Antes disparou-se para o ar, mas pareciam estar a brincar”, disse um dos elementos, que referiu ter-se resguardado, porque em seguida aparecia numerosos grupos com pedras e paus e outros com catanas.
(Foto DR)
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