Milhares de cidadãos moçambicanos têm enfrentado dificuldades para obter bilhete de identidade (BI) devido à instabilidade política e aos protestos violentos que se registam em várias partes do País.
Segundo uma publicação do jornal notícias, a situação tem afectado o funcionamento dos serviços de identificação civil, levando ao encerramento de postos e à suspensão das brigadas móveis responsáveis pela emissão dos documentos.
A Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC) manifestou preocupação com a situação, principalmente porque os meses de Novembro e Dezembro são tradicionalmente de elevada procura pelos serviços de emissão de bilhetes de identidade. Para a porta-voz da instituição, Gilda Lameque, a limitação na mobilidade dos cidadãos e a operação reduzida dos postos de atendimento resultaram numa queda significativa no número de pedidos processados.
“A procura pelos serviços reduziu devido às restrições de circulação. Muitas pessoas precisam de regularizar os documentos, mas estão impossibilitadas de se deslocar até aos postos de atendimento, além de as actividades de emissão estarem a decorrer a meio gás”, explicou Lameque.
A responsável destacou ainda que alunos, pais e encarregados de educação são os mais afectados, pois necessitam dos documentos para as matrículas escolares, exames de admissão e outros procedimentos administrativos.
Mesmo com os desafios recentes, a DNIC registou um aumento na produção de bilhetes de identidade ao longo do ano. Entre Janeiro e Setembro, foram emitidos 1,6 milhão de documentos, número superior aos 1,3 milhão do mesmo período em 2023. No entanto, apenas 1,4 milhão de BI foram entregues aos requerentes, representando 87,81% do total de emissões realizadas pelos Serviços de Identificação Civil.
A incerteza sobre a normalização dos serviços preocupa os cidadãos, especialmente aqueles que dependem do documento para actividades essenciais. Enquanto o País lida com a instabilidade, os serviços de identificação civil continuam a operar de forma limitada, sem previsão para um regresso ao funcionamento normal.
(Foto DR)
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