Pelo menos 56 pessoas morreram e 152 foram baleadas na sequência da contestação aos resultados das eleições-gerais que dão vitória ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo.
Os dados foram avançados pela plataforma eleitoral Decide – que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique – em dois dias de protestos, balanço que contradiz os números avançados pelo ministro do Interior, Pascoal Ronda, que fala em 21 mortos.
“Foram registados 236 actos de violência grave, em todo o território nacional, que tiveram como consequências 21 óbitos, entre as vítimas estão dois membros da polícia, 25 feridos, sendo 13 civis e 12 membros da polícia”, disse.
O ministro do Interior garante que todos os envolvidos nos actos de vandalização – infra-estruturas públicas, privadas e pilhagens em estabelecimentos comerciais, serão responsabilizados.
“Foi aberta uma investigação rigorosa para identificar não apenas os autores materiais, mas também os autores morais que organizam os actos violentos”, explicou Pascoal Ronda.
Em conferencia de imprensa, o ministro do interior associou a actual onda de protestos ao terrorismo em Cabo Delgado. Citado pela RFI, Pascoal Ronda refere que há esquadras que estão a ser assaltadas por indivíduos que roubam armas de fogo e libertam prisioneiros, alguns dos quais cadastrados.
“O ‘modus operandi’ dessas acções sugere a possibilidade de estarmos perante ataques seletivos conduzidos por grupo terrorista associado à insurgência em Cabo Delgado. Diante dessa situação, as FDS irão intervir, pois não podem assistir inocente e eternamente ao crescimento deste movimento que tende a caracterizar-se como pleno terrorismo urbano”, disse Pascoal Ronda.
De acordo com a plataforma eleitoral Decide, pelo menos 56 pessoas morreram e 152 foram feridas com armas de fogo, em Moçambique, desde segunda-feira, na sequência da contestação aos resultados das eleições gerais moçambicanas.
(Foto DR)
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