As organizações mundiais como a Unicef, Fao e ONU referem que cerca de 48% da população mundial sofre de má nutrição, ou come pouco ou come demais.
O Relatório de Nutrição Global (GNR), apresentado hoje, diz que isso tem consequências desastrosas não só para a saúde, como também para o planeta.
“Os resultados globais mostram que as nossas dietas não melhoraram nos últimos dez anos e agora são uma grande ameaça à saúde das pessoas e ao planeta”, lê-se.
A Organização Mundial da Saúde estabeleceu nove metas de nutrição, e com essas circunstâncias alcançar a oitava torna-se uma miragem.
A oitava meta propõe-se em reduzir o emagrecimento da crianças e os atrasos de crescimento, bem como a obesidade adulta, sempre que não houver compatibilidade entre peso, altura e idade.
De acordo com o documento que agrega dados daquelas organizações mundiais, perto de 150 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de atrasos de crescimento, mais de 45 milhões são magras demais e quase 40 milhões estão acima do peso.
E, cerca de 2,2 milhões de pessoas entre homens e mulheres estão acima do peso e/ou são obesas.
A presidente do grupo de especialistas independentes do GNR, Renata Micha, disse que em uma década “as mortes evitáveis, devido a dietas pouco saudáveis, aumentaram 15%”.
O documento revela que as pessoas negligenciam alimentos que promovem a saúde, como frutas e vegetais, sendo que, neste aspecto, a lista é liderada pelos países mais pobres do mundo.
No entanto, os mais ricos também não escapam. Estes consomem a maioria dos alimentos com efeitos prejudiciais à saúde, como carne vermelha, laticínios e bebidas açucaradas, e têm as taxas mais altas de pessoas com sobrepeso.
O Global Nutrition Report também calculou que a procura global de alimentos gerou cerca de 35% das emissões de gases de efeito estufa em 2018.
“Alimentos de origem animal geralmente têm uma pegada ambiental maior por produto do que alimentos de origem vegetal”, segundo o relatório.
Além de interromper os sistemas de alimentação e saúde, a pandemia da covid-19 empurrou mais 155 milhões de pessoas para a pobreza extrema, acrescenta do documento.