A consultora Oxford Economics alerta para a possibilidade de os doadores e investidores internacionais retirarem o apoio financeiro a Moçambique se a instabilidade continuar depois do primeiro trimestre, devido à “opressão” do Governo.
As manifestações que se seguiram após o anúncio dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições e que foram convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, provocaram a retirada de alguns investidores
Em entrevista concedida à DW, o economista João Mosca sublinha que “num país em alto risco de instabilidade e de desgovernação, naturalmente que os investidores, sobretudo os investidores de grande volume sobre áreas muito importantes para a economia de Moçambique e também dos seu países, fiquem resguardados esperando por novas evoluções.”
Mosca assegurou que, neste momento, de facto, é muito difícil definir o que se passará nos próximos tempos. “Daí é totalmente lógico que o investimento externo fique num compasso de espera.”
O economista recorda que Moçambique é excessivamente dependente de financiamento externo, da cooperação internacional, dos donativos e empréstimos. Essa dependência perfaz cerca de 60% do PIB, o que Mosca qualifica como carga muito pesada para o país.
Sobre as consequências de uma redução do investimento externo a médio prazo – Mosca diz que não se espera que esse investimento mantenha-se em compasso de espera, e considerando os efeitos que se fizeram sentir nos sectores industrial, turístico e dos transportes, “não se espera que a economia se recupere nos próximos tempos.”
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