A subida dos preços dos combustíveis e dos alimentos levou a que a Oxford Economics África revisse a previsão de crescimento económico para Moçambique. A consultora anunciou, esta quarta-feira, que a inflacção no país deverá situar-se perto dos 9% contra os anteriores 7,3% previstos para todo o ano.
De acordo com os peritos em economia, citados pela RTP, o fortalecimento da taxa de câmbio, por si só, não será suficiente para compensar o impacto dos recentes aumentos dos combustíveis a nível global e dos bens alimentares nos preços ao consumidor.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) disse, esta quarta-feira, que a inflacção no mês de Fevereiro de 2021 foi de 6,84%, sinalizando um recuo em relação a Janeiro.
A inflacção homóloga em Janeiro tinha sido de 7,8% e desceu 96 pontos base no mês seguinte, segundo o novo boletim do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), publicado na semana passada.
Segundo o INE, a inflacção em Moçambique está a ser influenciada sobretudo pelos preços de alimentação e bebidas.
Apesar dessas baixas na economia moçambicana, os analistas esperam que o país sofra poucas consequências por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“Como Moçambique não tem trocas comerciais significativas com a Rússia ou com a Ucrânia, as receitas das exportações deverão receber um impulso devido aos preços mais elevados do alumínio, do carvão e do gás natural, no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia”, apontam os analistas.
Segundo os especialistas, “o aumento nas receitas do Governo e das empresas por via do aumento do preço das matérias-primas, e o consequente aumento no consumo empresarial e público, deverá compensar o impacto da redução do rendimento disponível das famílias causado pelo aumento do consumo e a subida da inflacção”.
Os valores do IPC são calculados pelo INE a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.