O programa “Industrializar Moçambique” pode ser uma solução para reverter as perdas pós-colheita no país, que actualmente se situam em cerca de 70 por cento. Em entrevista ao semanário domingo, Mohamed Valá, director geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), explicou que o programa prevê a instalação de indústrias de processamento em diferentes pontos de Moçambique que deverão ser alimentadas pela produção nacional.
Com o mesmo objectivo de redução de perdas o Governo vai adquirir junto da COMETAL silos e armazéns-contentores de 40 pés para a conservação e posterior comercialização dos produtos agrícolas.
Neste momento, a principal causa das perdas pós-colheita são pragas e humidade, derivada das precárias condições de conservação dos produtos.
No caso do milho, dependendo da forma de conservação as perdas chegam a atingir os 18 por cento, 15 por cento, leguminosas e 38 por cento para hortícolas, com destaque para o tomate.
Para fazer face à situação, os armazéns-contentores e silos a serem construídos pela COMETAL estarão equipados de sensores de temperatura e humidade, sistema de frio, portas adequadas para escoamento e outras funcionalidades.
O semanário soube que o Governo vai adquirir mais de 400 armazéns-contentores e silos, com capacidade para acondicionar cerca de 700 mil toneladas, através do projecto SUSTENTA.
Estes equipamentos serão alocados aos distritos com grande potencial de produção agrícola para assegurar a conservação e comercialização dos produtos.
Prevê-se, igualmente, a aquisição de contentores-quiosques que servirão de lojas para o armazenamento e comercialização de insumos agrícolas para que os pequenos produtores deixem de percorrer longas distâncias para aceder a estes produtos. Amade Camal, director geral da COMETAL, que falava durante a visita do ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, disse que se optou pela montagem de armazéns-contentores para mitigar as dificuldades que os agricultores enfrentam para conservar os excedentes agrícolas.