A Igreja Católica em Nampula diz que se distancia da candidatura do padre Fernão Magalhães a governador desta província do norte de Moçambique pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), assinalando que esta decisão está além da legislação eclesiástica.
De acordo com um comunicado distribuído em Nampula e citado pela AIM, o arcebispo Inácio Saure, que é também presidente do Conselho Episcopal de Moçambique, tomou conhecimento da candidatura do padre Magalhães pela imprensa e sem o seu conhecimento, na qualidade de superior hierárquico.
“Esta decisão é contrária à legislação eclesiástica que impede os clérigos de participar em cargos que importem a participação no exercício do poder civil, como estabelece o Direito Canónico”, refere o comunicado, salientando que “os clérigos são proibidos de assumir cargos que importem a participação no exercício do poder”.
De acordo com a nota, “o arcebispo Inácio Saure tentou persuadir o padre Fernão Magalhães a retirar a sua candidatura ao que ele não acedeu e, além disso, iniciou a sua participação na campanha eleitoral”.
“A candidatura (do padre Fernão Magalhães) é um assunto exclusivamente pessoal e nada tem a ver com a Arquidiocese e toda a Igreja Católica. Caso o padre Fernão Magalhães não desista da sua candidatura poderá ser penalizado com a proibição do exercício de actos e direitos e poder adquiridos das ordens sagradas”, acrescenta a nota, realçando que o padre incorre, ainda, na pena mais grave sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical.
O padre Fernão Magalhães, segundo o comunicado, cessou funções de pároco de Czuzu, no distrito de Murrupula.
(Foto DR)
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