Governo vai remover protecção na indústria do cimento para reduzir preço

Governo vai remover protecção na indústria do cimento para reduzir preço

O Ministério da Economia irá remover a protecção feita na indústria de produção do cimento em Moçambique, em 20%, para permitir maior competitividade e, consequentemente, redução do preço.

Segundo a AIM que avança com a noticias, a protecção em vigor era para alguns investimentos avultados que ocorreram no país nos últimos anos, designadamente a Dugongo como única produtora de matéria-prima, numa altura em que o país só tinha quatro unidades fabris com capacidade de 400 mil toneladas.

Agora, o sector conta com perto de dez unidades fabris e uma capacidade de 16 milhões de toneladas.

O executivo entende que os investimentos estão na sua fase final de consolidação, sobretudo na zona Sul, e estuda a necessidade de abrir o mercado para que a competitividade gere a qualidade e redução dos preços do cimento.

Este plano do Governo foi confirmado à AIM pelo director nacional da Indústria, Sidónio dos Santos.

“Era preciso que os investimentos ocorressem num ambiente de protecção e, neste momento, temos a Dugongo como única que produz matéria-prima”, disse o responsável.

“E sabíamos que, quando protegêssemos, haveria cartéis ou monopólios. Acreditamos que no dia em que retirarmos a protecção, aí vamos perceber melhor a dinâmica dos custos porque vão entrar no mercado outros tipos de players”, referiu citado na publicação.

Dos Santos reconhece que a protecção feita a Dugongo matou a concorrência, e a única forma de perceber o estágio do mercado é voltar a abrir a indústria, numa altura que a nível regional estão a correr investimentos acima de 100 milhões de dólares para aumentar a produção.

“Na altura que não tínhamos essa protecção havia cimento que vinha da China, Paquistão e outros cantos do mundo, mas agora já não há cimento importado no mercado”, realçou.

Confirmou que, na zona Norte, concretamente na província de Nampula, há um investimento que se encontra na sua fase experimental que poderá suprir a procura naquela zona, e o mesmo cenário ocorre na zona Centro de Moçambique.

“Protegemos a indústria do cimento para que houvesse investimentos e esses investimentos estão a acontecer. Agora vamos tomar outras medidas e a redução do preço do cimento terá de acontecer”, assegurou.

O governo está, igualmente, a debater a questão das empresas que são produtoras de cimento e de matéria-prima, em simultâneo, para acautelar que não haja conflito, uma vez que outras unidades fabris precisam de adquirir a matéria-prima, a nível local, para a produção e distribuição.

“Há questão da concorrência e nós temos que ajustar a regulamentação para acautelar esses aspectos e permitir que haja um ambiente de negócios são no sector”, disse.

Ainda segundo a  fonte, o governo está a investigar uma alegada venda do cimento nacional “Dugongo” na Vizinha Africa do Sul ao preço relativamente baixo, comparativamente aos preços praticados no país, lembrando que a empresa quando entrou em Moçambique usou a mesma estratégia de baixar preços, criando problemas que culminaram com encerramento de outras concorrentes.

“Deixem-nos trabalhar para apurar a situação. Estamos a investigar. A Dugongo começou a funcionar nesse mercado, colocou preços competitivos, houve um abaixo-assinado e algumas empresas fecharam por causa do impacto da Dugongo”, vincou.

Refira-se que o mercado do cimento em Moçambique atravessa um período turbulento  depois que o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, decretou que o preço do cimento deveria ser fixado abaixo de 350 meticais.

A decisão está a criar confusão tanto nos produtores como nos revendedores que são forçados a vender a um preço abaixo da aquisição.

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