O ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, anunciou ontem (28) em Maputo, que, embora seja prematuro, o próximo governo terá que, irremediavelmente, encontrar mecanismos para apoiar a actividade comercial e industrial, incluindo fábricas, lojas, grandes superfícies, entre outros, como forma de evitar o caos em Moçambique.
Moreno anunciou o facto minutos após o término de uma visita a cadeia de supermercados Shoprite, no bairro de Hulene, arredores da cidade de Maputo, que também foi alvo de saque e destruição,
“Nós viemos aqui para solidarizarmos com investidores e empresários que estão a perder os seus bens, perceber os planos de recuperação”, disse citado pela AIM.
“O governo vai ter que apoiar, mas para este centro comercial específico (Shoprite de Hulene) ficamos simplesmente aterrorizados, o nível de estragos, forma de actuação, saque e destruição”, referiu Moreno.
Acrescentou que o comércio é actividade principal económica, pois os produtos são manufacturados para serem vendidos. Isso significa que o comércio e a cadeia de negócios têm que existir para que a população possa ter acesso aos produtos.
“São investimentos altos. Vocês viram a Shoprite e os estragos que aconteceram, vamos ter que encontrar alguma forma, mas ainda é prematuro pensar em coisas específicas, iremos recomendar ao próximo governo que são necessárias arrojadas para apoiar para que as empresas, lojas, as grandes superfícies que tenham sofrido, possam rapidamente erguer-se”, disse.
A rede comercial em vários pontos do país, foi bastante afectada, particularmente a indústria alimentar. É necessário um plano visando apoiar a recuperação. Além de grandes empresas, consta que na Avenida das Indústrias as pequenas também não escaparam a fúria de destruição e levará muito tempo para que os proprietários possam recuperar tudo o que perderam.
“O mais triste é o que está a acontecer na Matola, onde além do saque de produtos, os manifestantes também destruíram fábricas. Isto é muito mais grave, estamos a cortar a nós próprios a capacidade de rapidamente repor aquilo que é a nossa capacidade de alimentar a população, é um desânimo absoluto e a nossa recomendação é que as pessoas, ponham mão na consciência”, disse o governante.
“Vamos passar momentos muito difíceis, dificuldades sobretudo alimentares para a população. Estamos a destruir fábricas na Matola. Por isso, esperamos momentos difíceis, estamos a destruir incluindo fábricas. Os manifestantes não conseguem pensar no amanhã, isto é um desastre”, disse.
Dados preliminares do país estimam que cerca de 150 empresas foram vandalizadas pelos manifestantes. O governo tem fé que algumas seguradoras poderão ajudar empresários. (AIM)
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