Governo aponta empenho na produção face ao aumento do custo de vida

O primeiro-ministro, Adriano Maleiane, apontou esta sexta-feira o empenho na produção como solução face ao aumento do custo de vida, um dia após receios de agitação em protesto convocado por anónimos deixar Maputo a meio-gás.

“Não devemos andar a agitar uns aos outros e não nos dar tempo para cada um criar a sua riqueza. Só criando a sua riqueza é que você vai baixar o custo de vida”, declarou à comunicação social Adriano Maleiane, momentos após assinar o livro de condolências pela morte do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos na Embaixada de Angola em Maputo.

Em causa está a circulação de mensagens convocando uma manifestação geral contra o aumento do custo de vida no país, um episódio que na quinta-feira deixou a capital do país a meio-gás e sob forte presença policial.

Para Adriano Maleiane, além do reforço da produção, a organização do comércio é outro aspecto fundamental para estabilizar a inflação, lembrando que há vários fatores que determinam o aumento de preços de produtos.

“Não é o Estado que está a vender produtos e que determina o aumento de preços”, frisa o primeiro-ministro.

O governante entende que Moçambique tem vários desafios pela frente num contexto de inflação global, com destaque para a guerra em Cabo Delgado, província afectada pela ação de grupos extremistas desde 2017.

“Temos de terminar com a guerra que os terroristas estão a fazer porque Isto também dificulta a nossa vida”, acrescentou o primeiro-ministro.

Com o risco de agitação face à circulação de mensagens convocando uma manifestação contra o elevado custo de vida em Moçambique, na quinta-feira as ruas da capital foram percorridas, desde bem cedo, por blindados da Unidade da Intervenção Rápida (força antimotim) e outras forças policiais.

Em pelo menos três bairros (Luís Cabral, Zimpeto e Manduca) algumas pessoas queimaram pneus e tentaram bloquear as estradas, mas os poucos episódios que podiam provocar alguma agitação foram de imediato travados pela polícia, constatou a Lusa nos locais.

O receio de agitação nas ruas deixou a capital do país a meio-gás, com vários estabelecimentos encerrados e dificuldades na mobilidade, na medida em que vários transportadores preferiram encostar os seus veículos devido ao risco.

Segundo dados da polícia moçambicana, 16 pessoas foram detidas alegadamente por actos de vandalismo.

Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares nalgumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição em alguns locais.

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