A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) acusou, esta segunda-feira, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, de incitação à violência e de pretender retardar o desenvolvimento do país.
A Frelimo reagia à acusação da Renamo de que a Polícia da República de Moçambique (PRM) se prepara para “agir violentamente” contra eventuais manifestações face ao elevado custo de vida.
“A agenda da Renamo é retardar o desenvolvimento do país, incentivando manifestações que vão perturbar o funcionamento normal da vida dos moçambicanos”, disse o porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique (TVM).
Manasse afirmou que o Presidente da República e da Frelimo, Filipe Nyusi, bem como o seu Governo estão sensíveis às dificuldades enfrentadas pela população moçambicana, estando a preparar um pacote de medidas de alívio ao impacto da actual conjuntura.
“O custo de vida é uma situação geral no mundo, devido à guerra Rússia-Ucrânia”, enfatizou o porta-voz do partido no poder.
Apontou igualmente a guerra na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e as calamidades naturais como fatores que têm exacerbado o elevado custo de vida no país.
Caifadine Manasse apelou ao trabalho árduo de todos os moçambicanos visando aligeirar o actual custo de vida.
Em conferência de imprensa, a Renamo acusou, esta segunda-feira, a polícia de estar preparada para “agir violentamente”, em caso de eventuais manifestações contra o custo de vida, assinalando que esta postura configura uma violação de direitos fundamentais.
“Circulam rumores de que a polícia se encontra espalhada pelo país, sobretudo na cidade de Maputo, para agir violentamente, a qualquer momento”, afirmou o porta-voz da Renamo, José Manteigas.
O comportamento da PRM corresponde a uma autêntica intolerância política e negação dos direitos fundamentais dos cidadãos, avançou Manteigas.
O porta-voz da Renamo acusou a Frelimo de cobrar fundos coercivamente aos funcionários do Estado visando o financiamento do próximo congresso da organização, agendado para setembro.
“O partido no poder é tão impopular que cobra coercivamente aos professores e outros funcionários”, frisou.
O agravamento do custo de vida no país, devido ao impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia, tem aumentado as tensões sociais em Moçambique, com o país a viver sob permanente espetro de manifestações, nomeadamente nas principais cidades do país. (Lusa)
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