O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a primeira revisão ao abrigo do acordo trienal de Facilidade de Crédito Alargado (FCA) para Moçambique, a revisão das garantias de financiamento e aprovou o pedido de alteração da condicionalidade apresentado pelas autoridades.
“Isto permite o desembolso imediato de Direitos de Saque Especiais (DSE) de 45,44 milhões (cerca de 59,26 milhões de dólares), utilizáveis para apoio orçamental, elevando os desembolsos totais de Moçambique ao abrigo do acordo FCA para DSE de 113,6 milhões (cerca de 150milhões de dólares)”, lê-se no comunicado da instituição de 21 de Novembro e consultado hoje pelo MZNews.
Segundo o documento, FMI prevê um crescimento para Moçambique este ano apesar do agravamento do ambiente económica mundial e do aumento dos preços das mercadorias.
“A inflação subiu para dois dígitos, impulsionada pelos preços globais dos combustíveis e dos alimentos e pelas tempestades tropicais que afectaram o fornecimento interno de alimentos no segundo trimestre”, continua o FMI.
A instituição entende que a evolução fiscal, arrecadação de receitas e contenção de gastos estão em linha com as perspectiva de crescimento, bem como os investimentos no gás natural liquefeito que “estão a impulsionar a conta corrente”.
De acordo com a instituição financeira, os riscos da perspectiva de evolução económica para este ano são “significativos”, porém “equilibrados”.
“A passagem da inflação dos combustíveis e dos alimentos para outros preços, a agitação social, a actividade terrorista no norte e as catástrofes naturais são riscos de descida, contrabalançados por riscos ascendentes decorrentes do reforço da recuperação, fortes perspectivas de procura de GNL, e margem para um crescimento a médio prazo superior ao esperado [sem contar com receitas do GNL]”. Explica o FMI.
Citado no documento, o Director Executivo Adjunto e Presidente Interino do Conselho do FMI, Bo Li, reconheceu os esforços para o fortalecimento económico no país. Por outro lado, apontou as tempestades tropicais, a reduzida capacidade de segurança territorial, a fraqueza governativa e a vulnerabilidade da dívida como os desafios para a liderança.
“Nesse contexto, o desenvolvimento contínuo da capacidade e o apoio dos doadores continuam a ser imperativos para que Moçambique atinja os seus objectivos de desenvolvimento”, disse.
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