Filipe Nyusi inaugura plataforma de gás do Coral Sul com várias comparações emotivas

Filipe Nyusi inaugura plataforma de gás do Coral Sul com várias comparações emotivas

O Presidente da República, Filipe Nyusi, comparou ontem a primeira exportação de gás do Rovuma a um parto bem-sucedido, durante a inauguração da plataforma flutuante de liquefação Coral Sul.

“No dia 13, estávamos todos à espera. Eu estava a toda a hora a falar com o ministro Zacarias [dos Recursos Minerais] como se estivesse com uma mãe na maternidade à espera para dar à luz. E os pais, marido, filhos, irmãos, todos ficam nervosos, mas tudo deu certo”, referiu.

O chefe de Estado falava na primeira visita à plataforma operada pela petrolífera Eni que há 10 dias encheu o primeiro cargueiro com gás natural liquefeito (GNL), colocando Moçambique no clube de países exportadores.

As comparações emotivas não se ficaram por aqui.

Já antes, ao visitar a sala de controlo da plataforma, Filipe Nyusi, citado pela Lusa, comparou a chegada da primeira embarcação a um casamento, quando ouviu um operador explicar que a operação de atracagem do cargueiro de GNL levou tempo, porque tudo tinha de correr na perfeição – e o chefe de Estado recordou que o noivo tem sempre de esperar um pouco pela noiva.

O Presidente da República também chamou a Coral Sul de “bebé”, ao recordar que foi baptizada pela primeira-dama, Isaura Nyusi, há um ano, nos estaleiros em Geoje, Coreia do Sul.

Hoje, Isaura Nyusi não pode viajar até à infraestrutura, mas prometeu uma visita para outra altura.

O bebé cresceu e hoje alberga 321 funcionários, 80 dos quais moçambicanos.

“Este projeto é um exemplo de inclusividade. Temos mais de 30 nacionalidades”, destacou Guido Brusco, director de operações de Recursos Naturais da Eni, que recebeu Nyusi e o acompanhou numa visita guiada às instalações.

São muitas nacionalidades, mas o dirigente da petrolífera diz que tem mais orgulho “em ver muitos colegas moçambicanos a explicar [ao Presidente] como funciona a plataforma”.

A exportação de gás não é a única prova de que a plataforma é uma realidade: a formação de capital humano também, referiu Elisabeth Cambaco, jovem natural de Pemba, engenheira ambiental a bordo da Coral Sul.

“O projecto é realidade, sim, e nós, jovens, somos prova disso. Estamos a a ser treinados e guiados” e “poderemos treinar as futuras gerações”, destacou.

Uma ambição aplaudida pelo Presidente moçambicano, que reafirmou a necessidade de qualificação dos jovens do país.

A plataforma de extracção e liquefação de gás Coral Sul é primeira em águas profundas e o primeiro projecto do género desenvolvido em África.

A produção (3,4 milhões de toneladas de gás natural por ano) decorre dentro da Área 4 de exploração de Moçambique e está vendida à petrolífera BP durante 20 anos.

A plataforma tem depósitos de armazenamento no casco e 13 módulos por cima deles, incluindo uma fábrica de liquefação, um módulo de oito andares onde podem viver 350 pessoas e uma pista para helicópteros.

A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.

A Galp, KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detém cada uma participações de 10%.

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