A China inaugurou a sua estação espacial, Tiangong, e três astronautas chineses descolaram, a 17 de Junho, do deserto de Gobi numa aeronave que atracou em Tianhe, o único dos três módulos da estação espacial já em órbita.
Segundo o portal português “Multinews”, existe agora uma longa lista de experiências de todo o mundo à espera para arrancar no novo núcleo chinês. Um grupo de cientistas chineses disse à revista Nature que a China Manned Space Agency (CMSA) aprovou provisoriamente mais de mil experiências e muitas delas já arrancaram.
Antes de Abril, a Estação Espacial Internacional (ISS) era o único laboratório espacial em órbita, e muitos investigadores dizem que Tiangong é uma novidade muito bem-vinda para observação astronómica e terrestre e para estudar como a microgravidade e a radiação cósmica afetam os fenómenos como o crescimento bacteriano e a mistura de fluídos, explica a Nature.
No entanto, há quem argumente que as estações espaciais com tripulação são dispendiosas e servem mais o propósito político do que científico.
“O aumento do acesso científico ao espaço traz benefícios científicos em todo o mundo, não importa quem constrói e opera as plataformas”, explica Julie Robinson, cientista-chefe da NASA, em Washington DC.
“Precisamos de mais estações espaciais, porque uma estação definitivamente não é suficiente”, acrescenta Agnieszka Pollo, astrofísica do Centro Nacional de Investigação Nuclear de Varsóvia, que faz parte de uma equipe que conduz uma experiência para estudar explosões de raios nesta nova estação.
A ISS foi lançada em 1998, como uma parceria entre agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá, onde já foram realizadas mais de três mil experiências. Mas a China está impedida de realizar experiências devido às regras norte-americanas que proíbem a NASA de usar fundos para colaborar com a China.
Embora a maioria das experiências programadas para Tiangong envolvam investigadores chineses, a China garante que a sua estação espacial estará aberta à colaboração de todos os países, incluindo aos Estados Unidos.