Embaixada de Portugal apoia formação de jovens em Cabo Delgado

A embaixada de Portugal em Moçambique vai garantir formação para mais de 200 jovens da província de Cabo Delgado, no âmbito da iniciativa +Emprego, lançada há dois anos.

A iniciativa visa criar oportunidades de trabalho e geração de renda para jovens vítimas de terrorismo naquele província.

Uma nota da representação diplomática de Portugal em Moçambique, citada ela RTP (via Lusa) refere que a iniciativa +Emprego pretende igualmente capacitar as famílias locais para melhorarem as suas capacidades económicas tirando benefícios “directa ou indirectamente” da indústria do gás natural.

O projecto, lançado em 2020, é financiado pela União Europeia num montante não especificado e conta também com o apoio da Fundação Aga Khan, sendo aplicado pelo Camões.

Prevê-se que para a implementação desta fase do projecto o acordo seja assinado já na terça-feira (12), em Maputo, num evento que contará com a presença dos embaixadores de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, e da União Europeia em Moçambique, António Benedito Sánchez.

A iniciativa, que vai decorrer até Dezembro de 2024, pretende também capacitar os jovens abrangidos em matérias ligadas à elaboração de planos e gestão básica de negócios, na ambição de “proporcionar às populações acesso às oportunidades geradas pelos investimentos no setor do gás natural”.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O desemprego e a falta de oportunidades – nomeadamente nos investimentos emergentes ligados ao gás – têm sido apontados por diversos observadores como algumas das causas de recrutamento de jovens de Cabo Delgado para os grupos rebeldes.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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