O Presidente da República, Filipe Nyusi, admitiu na semana passada, num encontro com o corpo diplomático acreditado em Moçambique, ter havido algumas falhas nas recentes eleições municipais, justificando-as com o facto de se tratar de um País em construção, com uma democracia ainda jovem.
Entretanto, para alguns analistas políticos é um discurso infeliz, sobretudo porque não fala de qualquer responsabilização.
Numa notícia divulgada pela VOZ, o analista Ivan Mausse, estranha que o reconhecimento das falhas tenha sido num encontro com diplomatas estrangeiros e não ao eleitorado, sublinhando também que a democracia moçambicana não é assim tão jovem, uma vez que ‘’já caminhamos para os 30 anos’’.
Partilhando a mesma ideia, o especialista em processos eleitorais, Dércio Alfazema, diz que não basta afirmar que houve falhas, “é preciso que as pessoas envolvidas nessas irregularidades sejam devidamente responsabilizadas; as eleições são muito caras, o país tem muitas necessidades e não faz sentido que atitudes irresponsáveis venham a custar assim tão caro para o País’’.
Noutra leitura, o investigador João Feijó diz ser curioso que o estadista moçambicano tenha feito esse discurso perante representantes da comunidade internacional que, no seu entender, parece estar interessada na continuidade da Frelimo no poder.
Por sua vez, o porta-voz da Renamo, líder da oposição, José Manteigas, considera que o presidente da República não é honesto, porque o seu partido e organizações da sociedade civil denunciaram as irregularidades e ele nada fez para repor a verdade eleitoral.
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