O Banco de Moçambique (BM) considera que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer de forma moderada neste segundo trimestre do ano.
O Banco Central sustenta as suas perspectivas com a recuperação da procura externa e pelos efeitos dos pacotes de estímulos fiscais adicionais, bem como a nível interno, pela tendência para o controlo da pandemia.
“No entanto, o agravamento da instabilidade militar, que levou à suspensão das actividades do projecto da Mozambique LNG, na bacia do Rovuma, poderá limitar o desempenho económico no ano”, refere o Banco de Moçambqie.
No seu mais recente Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação (CEPI), o Banco refere que, na vertente dos preços, a recente apreciação do Metical e a dissipação dos efeitos dos choques climáticos, que se verificaram no início do ano no país, traduziu-se numa inflação mais baixa em Abril e propiciou uma revisão em baixa das suas perspectivas para o curto e médio prazo.
No entanto, o Banco de Moçambique reconhece que a confiança dos agentes económicos registou uma queda no I trimestre de 2021, após sinais de recuperação no trimestre anterior.
“Este facto, aliado a uma procura agregada mais fragilizada, em face da manutenção de medidas restritivas para mitigar o aumento das infecções por Covid-19; e dos efeitos negativos dos choques climáticos, ambos observados no início do ano, reforçam as perspectivas da deterioração da actividade económica no período em alusão”, avança.
A fonte acrescenta que a limitada procura agregada é sustentada pela fraca dinâmica no comércio externo e no crédito à economia, não obstante o aumento da despesa pública. Com efeito, acrescenta, no I trimestre do ano registou-se uma significativa redução de importação de bens intermédios e de capitais, que, perante um ligeiro aumento das exportações, corrobora o fraco desempenho da actividade económica no mesmo período.
No trimestre em alusão, refere ainda o Banco Central, o crédito ao sector privado reduziu em termos anuais, com destaque para a componente em moeda estrangeira, em face da apreciação do Metical observada no período.
“Por outro lado, a despesa pública aumentou em 11% em termos anuais, sendo que acorrente – com maior peso na despesa total, aumentou em cerca de 13%. Num contexto em que a receita total cresceu menos que a despesa, o défice fiscal global agravou em 18%, financiado, em grande parte, por recursos internos”, esclarece.
Comparativamente a Março, o Banco de Moçambique revela que a dívida interna aumentou em 310 milhões de meticais, para um saldo de 205 489 milhões de meticais, a reflectir o aumento da emissão de Obrigações do Tesouro.
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