A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) carrega um fardo de dívida estimada em 230 milhões de dólares com diferentes fornecedores. A situação foi agravada em 2020, devido à pandemia do covid-19 que colocou a companhia de bandeira nacional quase inoperacional.
Segundo o Director-geral da LAM, João Carlos Pó Jorge, a companhia aérea está, actualmente, a reduzir os seus custos operacionais, dos quais apenas 12% estão relacionados com os salários.
Ainda assim, o balanço financeiro até Dezembro de 2019 aponta para uma redução de 2,1 mil milhões de Meticais do activo total da empresa, dos 6,6 mil milhões de Meticais contra os anteriores 8,7 mil milhões de Meticais em 2018.
Contrariamente à redução dos activos, os passivos aumentaram de 16,5 mil milhões de Meticais em 2018 para 18,4 mil milhões de Meticais em 2019, uma variação de 1,9 mil milhões de Meticais. A dívida líquida da LAM evoluiu de 15,4 mil milhões de Meticais em 2018 para 17,4 mil milhões de Meticais em 2019, correspondentes a 230 milhões de dólares.
“O importante é que o prejuízo operacional reduziu nos últimos dois anos. Em 2021, caso a pandemia alivie e a empresa comece a operar com regularidade, aproveitando devidamente os recursos disponíveis, o balanço financeiro poderá ser positivo”, considera Pó Jorge.
Com uma dívida (interna e externa) estimada em 230 milhões de dólares, a LAM tem vindo a reduzir os prejuízos operacionais desde 2018. Parte da sua estratégia para a sustentabilidade, a LAM apostou na uniformização da sua frota de aviões.
Aliado a isso, o Governo, através do IGEPE, vai assessorar a empresa para torná-la sustentável, ou seja, com um serviço de dívida que não sufoca o pagamento de outras obrigações financeiras, muito menos colocar em causa os investimentos, visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Entretanto, João Carlos Pó Jorge garante que “a LAM vai continuar” e está a envidar esforços para aumentar as suas receitas, embora não pretenda estar em todos os segmentos do transporte aéreo.
Para tal, iniciou a Mex (com voos chárteres), mas, para Lichinga, o negócio não é viável para voar um Boeing 737.
Reconhecendo o longo caminho para a autossuficiência em termos operacionais, a LAM tem vindo a apostar na redução dos custos operacionais da empresa, dos quais entre 12 e 14% são relativos aos salários, sendo que a maioria corresponde ao pagamento de aluguer de aeronaves e de outras obrigações financeiras decorrentes das suas actividades aéreas.
A par da redução dos custos operacionais, está a diminuição da sua força de trabalho que, em 2018, quando iniciou as reformas, contava com 933 trabalhadores e actualmente tem 785.