Um cenário de destruição é o que se assiste um pouco por todo o país, desde o final do dia de ontem (23), logo depois da validação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional, dando vitória à Frelimo e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo.
Mais de 30 episódios de vandalismo foram registados em diferentes regiões do país. Na província de Maputo, a violência foi particularmente intensa. Esquadras de polícia como as de Cinema 700, Patrice Lumumba e Ndlavela foram incendiadas, assim como as portagens de Matola Gare e Cumbeza. Em Bobole, ao longo da Estrada Nacional Número 1, quatro autocarros foram incendiados. Em Boane, manifestantes destruíram uma viatura da Polícia da República de Moçambique (PRM) e incendiaram o posto administrativo e o posto policial de Matlemele. A casa da ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, que também é mandatária do partido Frelimo, também foi atacada.
Segundo uma publicação do jornal Dossiers & Factos, na cidade de Maputo, os danos não foram menos graves. Incêndios atingiram o tribunal de Kamaxaquene, os balcões do Millennium Bim de Choupal e do BCI do Benfica.
Lojas como Terramar e Ipanema de Choupal foram vandalizadas, e a fábrica da Cervejas de Moçambique (CDM) no bairro Jardim foi saqueada. Uma escola atribuída a Bernardino Rafael, comandante geral da PRM, também foi incendiada.
À entrada do Aeroporto Internacional de Maputo, houve tentativas de vandalismo, mas os danos foram contidos.
No sul, a onda de destruição alcançou a província de Gaza, onde a casa do presidente do município da Macia foi vandalizada, mostrando que os protestos se expandiram além da capital e seus arredores.
No norte do país, a violência continuou. Em Nampula, o epicentro dos distúrbios, o supermercado Shoprite e a tijoleira Good One foram vandalizados. A terceira esquadra de Namicopo e o posto policial de Cavaloaria foram incendiados, com viaturas destruídas.
Em Ribáuè, incêndios deixaram uma localidade em ruínas. Em Mecubúri, o restaurante Laurentina foi queimado, resultando em duas mortes. Em Nacala, infraestruturas públicas e privadas foram saqueadas e vandalizadas, acentuando a insegurança.
Enquanto isso, em Malema, o chefe das operações foi morto pelos Naparamas, ilustrando o agravamento do cenário de instabilidade.
A situação foi igualmente grave em Cabo Delgado, onde uma mina foi alvo de ataques, resultando no incêndio das instalações e na morte de dois manifestantes baleados.
(Foto DR)
Deixe uma resposta