O défice da moeda estrangeira, com destaque para o dólar, está a comprometer a importação de combustíveis para o país, um cenário que se revela em escassez em algumas bombas de abastecimento no país.
A informação foi avançada por Hélder Chambisse, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Petróleos de Moçambique, Petromoc em entrevista ao “Noite Informativa da STV”.
“O mercado de distribuição de combustíveis tem várias nuances, vários factores que contribuem para a dinâmica de funcionamento das empresas. Por exemplo, tal como outros importadores, também enfrentamos o desafio da disponibilidade de moedas estrangeiras”, referiu durante a entrevista.
Chambisse disse que a escassez transcende os limites normais de gestão, e compromete as importações.
“O que nós notamos nos últimos meses, ou nos últimos dois anos, é que este desafio começou a tornar-se um pouco mais elevado. O desafio aumentou, e a sequência, a velocidade de emissão de garantias bancárias para os bancos, e depois dos pagamentos, começou a tornar-se um pouco mais dilatada, e depois de criar desafios para responder às exigências contratuais com o fornecedor”, disse em resposta às questões que lhe eram colocadas.
“Os atrasos na emissão de garantias bancárias levam a que o produto seja descarregado, mas fica em financial hold, não pode ser utilizado. Atraso no pagamento leva depois a que haja também da parte do fornecedor alguma retenção,” acrescentou.
Em termos de capacidade de abastecimento do mercado, a lei determina que o país deve ter pelo menos 45 dias de stock para garantir gestão em emergências, o que a Petroc assegura que é sempre acautelado.
Em termos de capacidade de abastecimento do mercado, a lei determina que o país deve ter pelo menos 45 dias de stock para garantir gestão em emergências, o que a Petroc assegura que é sempre acautelado.
“Em relação à capacidade de armazenagem, nós temos capacidade suficiente, não só para o consumo interno, como também para utilizar a valência de sermos um país de costa e, pelos produtores, alimentar também os países do interland”, assegurou Cambises.
A fonte garantiu, no entanto, que tudo está sendo feito para que em nenhum momento haja ruptura de stock.
“Estamos satisfeitos com a capacidade que temos, em Maputo, por exemplo, estamos agora na fase final de uma operação de 160 mil metros cúbicos, capacidade máxima o suficiente para a nossa operação e também para o servidor interland.
Na Beira, que é onde existe o maior número de operadores, a nossa capacidade é suficiente, mas também os nossos concorrentes, os nossos co-agentes têm também capacidade suficiente para o consumo interno. Eventualmente, onde pode haver algum défice é em Nacala, mas esta cidade serve essencialmente ao consumo interno, da zona centro e depois da zona norte, em termos de corredores”, explicou.
Petromoc entende ainda haver uma necessidade de aumentar os pontos de distribuição, para prevenir cenários como os que foram vistos em Palma, Cabo Delgado.
“Temos quatro portos de descarga, e depois temos depósitos intermédios, que é exatamente para permitir uma melhor logística na distribuição de combustível”, referiu. “Há necessidade de pontos adicionais, que certamente haverá, de forma a reduzir o uso da viagem rodoviária para a distribuição”, apontou. (….) Mas, concordo que há necessidade eventualmente de aumentar os depósitos intermédios, sem dúvidas”, apontou.
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