O apoio dado pela Administração Biden ao levantamento das patentes de vacinas contra a covid-19 será alvo de discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com a Bloomberg.
As negociações “levarão tempo, dada a natureza consensual da instituição e a complexidade das questões envolvidas”, afirmou ontem a representante comercial dos EUA, Katherine Tai.
A tomada de posição pública de Biden não foi bem recebida pelas empresas farmacêuticas, que viram as suas acções entrar em rota descendente em todo o mundo.
Na Alemanha, os recibos de depósito da BioNTech caíram 19%, enquanto do outro lado do Atlântico as ações da Pfizer caíram 2,5% nas negociações esta manhã em Nova Iorque, depois de terem fechado com poucas alterações.
Stephen Ubl, presidente e CEO da PhRMA, o grupo representante de empresas da indústria farmacêutica, defendeu que a “mudança na política americana de longa data não salvará vidas”.
“Esta decisão nada faz para enfrentar as verdadeiras dificuldades de conseguir mais doses (…) ”, apontou o mesmo responsável.
A União Europeia e a China já fizeram saber que pretendem entrar no debate sobre a protecção de patentes.
“A UE está pronta para discutir qualquer proposta que aborde a crise de maneira eficaz e pragmática”, afirmou hoje Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, numa uma conferência virtual a partir de Florença, Itália
Recorde-se que o Governo norte-americano anunciou ontem que apoia a suspensão da proteção de patentes para as vacinas de forma a acelerar a produção e a distribuição de doses em todo o mundo, uma decisão que já foi aplaudida pela OMS.
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