Um estudo recente revela que a “cicatrização económica” provocada pela pandemia pode provocar uma perda permanente de produção e alterações estruturais nas cadeias de fornecimento do comércio internacional.
Citado pelo portal “Executive Digest”, o estudo desenvolvido pela seguradora Crédito y Caución incide sobre a Ásia e alerta para um contexto futuro marcado pela poupança das famílias e das empresas e pela consolidação fiscal da despesa pública.
“Em todo o mundo, as medidas governamentais limitaram a erosão das competências dos empregados e o desmantelamento das empresas. Isso foi crucial para que a oferta se mantenha mais ou menos intacta e para evitar uma situação em que a procura reprimida não possa ser satisfeita pela oferta na fase de recuperação. Quanto mais tempo durar a pandemia e quanto maior for o seu impacto, mais cicatrizes se produzirão”, refere o relatório da seguradora.
Esta análise revela que a Ásia será especialmente afectada pelo cenário atual causado pela pandemia, visto que o seu impacto será duradouro na maioria dos seus mercados, prevendo-se que em 2025 o seu PIB será 3% inferior ao previsto antes da pandemia.
O mesmo revela ainda que a Índia, as Filipinas e a Indonésia serão os países asiáticos onde a Covid-19 irá deixar maiores sequelas permanentes.
“A guerra comercial, o aumento do custo dos produtos médicos na fase inicial da pandemia e a atual escassez de chips” são as principais razões que levaram as Administrações Públicas a apostar numa maior autossuficiência em setores estratégicos, como a tecnologia de ponta ou os produtos farmacêuticos.
As empresas também se adaptaram a esta nova realidade, ajustando e redesenhando as cadeias de fornecimento por forma a mitigar os riscos de futuros choques externos, sacrificando parte da sua rentabilidade.