A Frelimo ganhou a presidência, a maioria na Assembleia da República e todos os cargos a governadores provinciais, segundo a decisão do Conselho Constitucional (CC) anunciada esta segunda-feira (23). Ainda assim, o CC, órgão máximo de Moçambique em matéria de direito constitucional e eleitoral, retirou alguns votos à Frelimo, numa admissão implícita de que tinha havido, de facto, uma fraude significativa.

Segundo uma publicação do Centro de Integridade Pública (CIP), que acompanha o processo eleitoral no país, cerca de 300.000 votos foram anulados pelo CC.

Para Presidente, Daniel Chapo foi eleito com 65%, abaixo dos 71% que lhe foram atribuídos pela CNE. A percentagem de Venâncio Mondlane foi aumentada de 20% para 24%. Para o Parlamento, o número de assentos da Frelimo foi reduzido de 195 para 169.

O PODEMOS continua a ser o segundo maior partido votado, com o seu número de assentos aumentado de 31 para 43. Os lugares da Renamo aumentaram de 20 para 28. Os lugares do MDM aumentaram de 4 para 8.

“Este grande número de mudanças de assentos confirma uma grande fraude. Tirar 26 assentos parlamentares à Frelimo é uma mudança enorme. Mas, como de costume, o CC não dá explicações para as suas alterações”, lê-se no boletim.

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