Os fabricantes de carros lidam com a falta de matéria-prima, um pouco por todo o mundo. E quem não escapou dessa crise foi a gigante Tesla, dedicada a produção de carros eléctricos.
Acontece que a empresa de Elon Musk carece de níquel para o fabrico de eléctricos. Apercebendo-se da exiguidade do recurso, a mineradora Kabanga Nickel procura levantar no mercado cerca de 1,3 mil milhões de dólares para investir num projecto ambicioso de mineração na Tanzânia. A principal intensão é aliviar a demanda exagerada por níquel que se verifica entre os fabricantes de veículos.
O níquel, tradicionalmente utilizado no fabrico de aço inoxidável, também é um componente-chave nas baterias de íon-lítio, permitindo aos fabricantes de veículos reduzir o uso de cobalto, que é mais caro e tem uma cadeia de abastecimento menos transparente.
“Por favor, explorem mais níquel”, pediu Elon Musk às empresas do sector mineiro.
De acordo com o ex-banqueiro, e CEO da Kabanga Nickel, Chris Showalter, as discussões para o investimento estão num nível acelerado. “Devido à qualidade do projecto, desenvolvemos um interesse substancial”.
“Eu diria que estamos muito bem posicionados para começar a entregar para o Sr. Musk e todos os outros EVs com bateria estratégica”, disse Showalter.
E empresa procura garantir um financiamento de 950 milhões de dólares para uma mina e 350 milhões de dólares para uma refinaria, que seriam desenvolvidas simultaneamente na parte noroeste do país.
Prevê-se uma produção de até 50.000 toneladas de cátodos de níquel por ano, bem como quantidades menores de cobre e cobalto. O projecto deve entrar em funcionamento em 2024, com mais um ano para atingir um estado estável de produção.
A competição entre as empresas de veículos elétricos para garantir suprimentos futuros coloca Kabanga em um “ambiente competitivo bastante forte” enquanto negocia com os investidores, acrescentou o CEO da mineradora.
“O mundo precisa de níquel limpo e não seremos a única solução, mas somos o próximo projecto de rápido crescimento”, assumiu.
O governo da Tanzânia tem uma participação de 16% no projecto, que anteriormente pertencia à Barrick Gold Corp e Glencore.
O depósito de Kabanga está localizado no noroeste da Tanzânia e é o maior depósito de sulfureto de níquel no mundo pronto para ser explorado, incomparável em escala e grau, com pelo menos 30 anos de vida útil da mina, e exploração adicional.