O Russell Group revelou que a actual escassez de energia eléctrica na China resultou em vários cortes no fornecimento de electricidade e isto pode prejudicar cerca de 120 bilhões de dólares em fluxos comerciais.
A escassez de energia acontece mesmo após os esforços de Pequim para aumentar o fornecimento de carvão, principal matriz energética do país.
A empresa de avaliação de risco concluiu que o activo mais impactado são as placas de circuito integrado – em torno de 1,5 bilhões de dólares. Isto vai afectar fornecedores e consumidores à medida que o mundo continua a sofrer com a escassez de chips.
Nas províncias afectadas pelos cortes encontram-se os principais portos chineses de Ningbo, Guangzhou, Yantian e Shekou. Entretanto, os portos de Xangai e Ningbo também movimentam boa parte das exportações contentorizadas da província de Jiangsu.
Além disso, a falta de energia já afectou severamente as províncias de Jiangsu, Guangdong e Zhejiang. Estas viram a maioria de fábricas de aço, plástico, electrodomésticos, produtos químicos e têxteis fecharem ou começarem a operar apenas três dias por semana.
Cortes de energia continuam e atrasam recuperação da confiança no comércio global
Caso esse défice de electricidade continue por mais de um mês, commodities como equipamentos telefónicos e roupas vão sofrer negativamente. Isso vai afectar muitas empresas que procuram garantir o abastecimento de produtos essenciais para a época festiva.
O Director Executivo do Russell Group, Suki Basi, disse que “quase toda semana há uma grande interrupção do comércio em um dos maiores portos do mundo, seja na China ou nos Estados Unidos da América”.
Dados os números actuais, Basi apontou para a necessidade de empresas e seguradoras “começarem a tomar medidas preventivas para garantir que suas cadeias de abastecimento sejam resistentes a interrupções, já que a interrupção do comércio será um problema contínuo no futuro”.