CAD atribui seu afastamento da corrida eleitoral a um conluio político

CAD atribui seu afastamento da corrida eleitoral a um conluio político

A Coligação Aliança Democrática (CAD) atribui o seu afastamento das eleições gerais, de 09 de Outubro próximo, a um conluio entre os partidos que integram o Conselho Constitucional (CC).

O presidente da CAD, Manecas Daniel, explicou, ontem em conferência de imprensa, que os partidos políticos representados no CC, órgão soberano que compete especialmente administrar a justiça em matérias jurídico-constitucionais e, em última instância, de contencioso eleitoral, influenciaram para o afastamento da coligação da corrida eleitoral.

“Os partidos Frelimo e Renamo decidiram pela retirada da CAD porque não se sentem à vontade quando a nossa CAD participa nas eleições”, disse Manecas Daniel, citado pela AIM, acrescentando que brevemente, a sua direcção vai-se reunir para decidir sobre o futuro, após ver a sua candidatura chumbada pelo CC.

“Nos próximos dias vamos ter uma reunião para decidirmos o que fazer”, frisou o presidente da CAD, considerando que a decisão do CC é contraditória e ilegal, visto que foram entregues todos os documentos necessários, previamente aprovados pelo Conselho.

A CAD suportava a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, mas na quinta-feira (01) o CC decidiu anular a inscrição da sua candidatura validada a 9 de Maio último, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) responsável pela supervisão do recenseamento e dos actos eleitorais.

A CNE rejeitou as listas de candidatos às eleições legislativas, para membros das assembleias provinciais e do governador da província porque concluiu que a CAD tinha violado, não a lei eleitoral, mas a lei dos partidos políticos.

A referida lei estabelece que os partidos políticos podem unir-se para formar coligações, mas devem assinar um pacto de coligação, que é depois depositado no Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos (MJACR) como órgão estatal responsável pelo reconhecimento dos partidos políticos.

Quaisquer alterações ao pacto de coligação devem ser notificadas ao Ministério. A CAD alterou o seu pacto em 27 de Abril e deveria ter informado ao MJACR no prazo de 15 dias, mas não informou ao Ministério até 28 de Junho, o que foi cerca de seis semanas atrasado.

Além disso, dois dos partidos que estavam entre os membros originais da CAD, o Partido Ecologista (PEMO) e o Congresso Unido dos Democratas (CDU) retiraram-se da Coligação, mas a CAD não informou ao Ministério desta mudança.

 

(Foto DR)

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