O secretário permanente de Mocímboa da Praia apelou hoje a população para que aguarde pelas orientações do Governo para regressar à região, lembrando que o terrorismo ainda não foi erradicado na província moçambicana de Cabo Delgado.
“As pessoas estão a regressar e nós achamos que, se calhar, elas não estão a perceber as nossas mensagens, apelando para que esperem mais um pouco”, disse João Saraiva, secretário permanente do distrito de Mocímboa da Praia, citado hoje pela Rádio Moçambique.
Mocímboa da Praia foi o distrito em que grupos armados protagonizaram o seu primeiro ataque no dia 05 de Outubro de 2017, tendo a sua vila sede sido, por muito tempo, descrita como a “base” dos rebeldes.
Após mais de um ano nas “mãos” de rebeldes, Mocímboa da Praia foi saqueada e quase todas as infraestruturas públicas e privadas foram destruídas, bem como os sistemas de energia, água, comunicações e hospitais.
No total, cerca de 62 mil pessoas, quase a totalidade da população, abandonaram a vila costeira devido ao conflito nos últimos quatro anos, com destaque para as fugas em massa que ocorreram após a intensificação das ações rebeldes em junho de 2020.
Para o secretário permanente daquele distrito, apesar da região ter sido recuperada pelas forças governamentais, o regresso da população deve ser gradual e sob orientações do Governo, que continua a envidar esforços para a reabilitação de infraestruturas básicas e a garantia da segurança do local, na medida em que o terrorismo ainda não foi erradicado em Cabo Delgado.
“Precisamos de um pouco de paciência por parte da população”, frisou o secretário permanente do distrito.
De referir que há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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