O Conselho Cristão de Moçambique alerta para o agravamento de conflitos de terra envolvendo empresas de exploração mineira que operam em Cabo Delgado e deslocados de guerra que regressam às suas zonas de origem.
Segundo o delegado deste órgão em Cabo Delgado, Emerson Ubisse, são recorrentes as queixas relativas aos problemas de gestão e acesso a terra por parte das centenas de pessoas que haviam abandonado as suas aldeias, por conta das acções de insurgentes.
“As pessoas quando regressam às suas zonas de origem encontram novos inquilinos nos seus espaços, e o alerta que nós lançamos é sobre as empresas que se apropriam de terras pertencentes às comunidades, e isso acontece muito em Mocimboa da Praia, Palma e noutros distritos do centro e norte de Cabo Delgado,’’ afirma Ubisse, citado pela VOA.
Por sua vez, a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos, na voz de Rui Martins, entende que situações como estas se verificam também em regiões onde ocorre a exploração de recursos minerais por multinacionais, um pouco por todo o país.
Enquanto isso, o analista político Rui Mate considera que os conflitos de terra que ocorrem em zonas de exploração mineira, resultam, fundamentalmente, da falta de transparência e de comunicação entre o Governo, empresas e comunidades sobre os investimentos das multinacionais.
Entretanto, as autoridades governamentais dizem que conflitos de terra e de outra natureza são inevitáveis, mas dão garantias de que “tudo está a ser feito para a protecção das comunidades, donas dos recursos em exploração’’.
(Foto DR)
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