Bebés nascidos no tempo da covid-19 apresentam alterações no desenvolvimento cerebral

A pandemia pode estar a afectar o desenvolvimento cerebral dos bebés nascidos a partir de finais de 2019, quando eclodiu a pandemia, até aos dias que correm.

O facto de uma mulher contrair infecção da covid-19 na fase de gravidez parece não ter um impacto directo no funcionamento cerebral dos bebés, mas a própria pandemia pode estar a ter um efeito neuro-comportamental considerável.

Um estudo publicado na terça-feira (04) no portal jamanetworks, observou 255 na cidade de Nova Iorque nascidos durante a pandemia, incluindo 114 cujas mães tiveram covid-19 durante a gravidez.

A investigação constatou que até aos seis meses de idade os bebés não apresentavam qualquer alteração relativamente à “infecção materna com SARS-CoV-2″ no desenvolvimento neurológico. Mas, no geral, em comparação com 62 bebés nascidos antes da pandemia, os bebés nascidos durante a crise de saúde tinham pontuações ligeiramente mais baixas em tarefas que envolviam grandes músculos, tarefas que exigiam pequenos movimentos musculares, e interacções pessoais. Os resultados não significam necessariamente que estes bebés irão sofrer consequências a longo prazo, disse Dumitriu.

Se investigações adicionais confirmarem que o nascimento durante a pandemia tem um impacto negativo no desenvolvimento neurológico, ainda restam “muitas oportunidades para intervir e colocar estes bebés na trajectória certa de desenvolvimento”, segundo a Dra. Dani Dumitriu, da Universidade de Columbia e do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque.

Coronavírus pode desencadear cicatrizes renais

Uma outra pesquisa sugere que o coronavírus pode danificar directamente os rins ao desencadear um série de eventos moleculares que levam a cicatrizes. O tecido cicatricial resultante pode ter impactos a longo prazo na função renal dos sobreviventes, de acordo com um relatório publicado no portal sciencedirect.

Os investigadores expuseram minúsculas réplicas de rins ao vírus SARS-CoV-2 em tubos de ensaio. Descobriram que o vírus poderia infectar múltiplos tipos de células renais e desencadear “um interruptor molecular” que inicia o processo de cicatrização. Os resultados sugerem que as elevadas taxas de declínio da função renal observadas num estudo separado de mais de 90.000 sobreviventes da covid-19 podem ser devidas à cicatrização do rim pelo vírus, disseram os investigadores.

Jitske Jansen do Centro Médico da Universidade de Radboud, na Holanda, disse numa declaração que a sua equipa tinha encontrado outra “peça do puzzle mostrando os efeitos deletérios/nocivos que o vírus pode ter no corpo”.

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