O Banco de Moçambique (BdM), através do Comité de Política Monetária (CPMO) decidiu esta quarta-feira (26), reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 12,25% para 11,75%.
A medida, segundo o BdM decorre, essencialmente, da manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante o aumento das incertezas quanto aos efeitos do agravamento do risco fiscal.
Na mesma sessão, o CPMO decidiu, igualmente, manter as perspectivas da inflação em um dígito no médio prazo.
Em Fevereiro último, a inflação anual fixou-se em 4,74%, após 4,69% em Janeiro, a inflação subjacente, que exclui frutas e vegetais e bens com preços administrados, manteve-se estável.
“A manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pela CPMO”, refere o documento.
Para o médio prazo, excluindo o gás natural liquefeito (GNL), perspective-se um crescimento económico moderado. No quarto trimestre de 2024, estima-se que, excluindo o GNL, o produto interno bruto (PIB) tenha contraído 3,1%, após ter crescido 2,8% no trimestre anterior.
Quando incluído o GNL, o PIB contraiu 4,9%, após crescer 3,7% no trimestre anterior. No médio, prazo, antevê-se que a actividade económica, excluindo a produção do GNL, recupere gradualmente, não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas e dos efeitos da tensão-pós eleitoral sobre os sectores de actividade.
Enquanto isso, a pressão sobre o endividamento público interno continua a agravar-se. A dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 447,2 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 31,7 mil milhões comparativamente a Dezembro de 2024.
Por outro lado, as taxas de juro do mercado monetário continuam a reduzir. O banco cita como exemplo a taxa de juro de referência para o crédito, Prime Rate, que continua a reduzir, em linha com as decisões de política monetária.
O mesmo comportamento observa-se nas taxas de juro que os bancos praticam com os seus clientes. Por seu turno, o crédito à economia aumentou 5,7% de Janeiro de 2024 a Janeiro de 2025.
Os riscos e incertezas associados às projecções da inflação aumentaram. Destacam-se como prováveis factores de aumento da inflação, no médio prazo, os impactos do agravamento do risco fiscal, num contexto de crescentes desafios para a mobilização de recursos financeiros para o Orçamento do Estado, e os efeitos dos choques climáticos e da tensão pós-eleitoral sobre os preços de bens e serviços.
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