“Ataques terroristas estão mais sofisticados, mas não ameaçam projecto de gás” – analistas

“Ataques terroristas estão mais sofisticados, mas não ameaçam projecto de gás” – analistas

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que os terroristas apoiados pelo grupo Estado Islâmico estão mais activos e a implementar medidas de ataques mais sofisticadas na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo em áreas próximas aos projectos de exploração de gás natural, na bacia do Rovuma.

No relatório citado pela VOA, a equipa de monitoria de suporte analítico e sanções do Conselho de Segurança da ONU, citada pela Bloomberg, anota que a situação de Cabo Delgado está mais fluída, depois de uma mudança no cenário de segurança, realçando que houve um pico de ataques “cuidadosamente orquestrados”.

“Moçambique havia repelido os rebeldes com a ajuda de tropas de um bloco regional e do Ruanda, mas houve um ressurgimento da violência este ano, principalmente com a retirada, no mês passado, da missão militar regional”, diz o relatório, que acrescenta que a maioria dos ataques ocorreu a pelo menos 80 quilómetros do projecto de gás natural liquefeito, suspenso em 2021 devido à questões de segurança.

Na mesma publicação da VOA, o relatório refere que os rebeldes, que agora reivindicam ataques sob a bandeira do Estado Islâmico, aumentaram suas operações entre Janeiro e Junho de 2024.

Entretanto, para o investigador do projecto Cabo Ligado, Tomás Queface, que monitora o conflito, observa que duplicou o número de ataques no último semestre em relação ao ano passado.

“No ano passado, tivemos cerca de 69 ataques envolvendo as forças do Estado Islâmico, mas este ano houve um aumento em quase 100%, foram 120 ataques, isso dá entender que houve um recrudescimento da violência, e isso foi visível com o ataque à sede de Macomia e confrontaram as forças da SAMIM e do Ruanda”, diz Queface, contudo, entende que o grupo armado foi igualmente degradado desde finais de Maio passado, por isso não constitui ameaça ao projecto de gás, liderado pela TotalEnergies.

Por sua vez o especialista em terrorismo internacional, Muhamad Yassine, nota que, além de sofisticação, os combatentes islâmicos organizaram-se em três grupos principais como refere o relatório da ONU.

 

(Foto DR)

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