O arcebispo de Nampula apontou que a ausência de uma reconciliação sincera está a resultar em frequentes episódios de instabilidade política em Moçambique.
Dom Inácio Saúre, que ocupa a presidência do Conselho Episcopal de Moçambique, destacou que, para que ocorra uma verdadeira reconciliação, é necessário haver uma genuína disposição nos corações daqueles que anseiam por esse processo. Além disso, é fundamental que eles saibam ouvir.
“Eu estou convencido de que em Moçambique, os processos de reconciliação sempre descarrilam porque falta a abertura sincera do coração, para a busca da verdadeira reconciliação, se alguém tem ouvidos para ouvir”, afirmou, prosseguindo: “É isso que falta neste país. Jesus costumava usar essa expressão para mostrar que existem pessoas dispostas a ouvir, mas que não têm interesse em entender realmente o que está sendo exposto”.
Segundo o arcebispo de Nampula, citado pelo jornal Rigor, “quando há desavenças entre os indivíduos, não pode haver reconciliação com Deus”.
“As coisas não vão bem no nosso País e todos nós somos testemunhas disso, é preciso coragem para dar o primeiro passo verdadeiro para pôr o fim a este calvário, todos nós somos chamados a construir no mundo e em Moçambique em particular, uma sociedade. Todos nós somos convidados a construir uma sociedade onde as pessoas se amam, uma sociedade onde tudo aquilo que envenena o nosso país é evitado”, afirmou Dom Inácio Saúre, sublinhando ser essencial que os moçambicanos se dediquem colectivamente à reconstrução da reconciliação.
O arcebispo de Nampula, falava numa homilia, na última Sexta-feira, alusiva à cerimónia de início do ano lectivo de 2025 na Universidade Católica de Nampula, que também marca o início das celebrações do trigésimo aniversário da instituição.
(Foto DR)
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