O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) recebeu até agora apenas cinco por cento dos 400 milhões de dólares de que necessita para fazer frente à crise de deslocados provocada pelos ataques terroristas e desastres naturais no norte de Moçambique.
A revelação foi feita nesta quinta-feira (7), pelo responsável daquela agência da ONU, em Pemba, numa conferência de imprensa juntamente com o conselheiro especial do secretário-geral das Nações Unidas para Soluções às Pessoas Deslocadas Internamente, Robert Piper, e a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, Luísa Celma, após visita aos campos de reassentamento dos deslocados que fugiram dos mais recentes ataques de insurgentes.
“Infelizmente, não está bem financiado”, admitiu Filippo Grandi, citado pela VOA, lamentando depois que “a situação de Moçambique talvez não seja a mais visível, e por isso não tem tido a atenção necessária”.
Na mesma publicação, Grandi alertou que “se não tivermos todos os recursos que necessitamos, infelizmente teremos que fazer menos”, assumindo, no entanto, a necessidade de mobilizar mais recursos para conter a crise humanitária no norte do País.
Filippo Grandi e Robert Pipe visitaram Mocímboa da Praia, também em Cabo Delgado.
Contudo, o Alto Comissário informou, por sua vez, que, segundo dados da agência, os ataques terroristas na província, desde 2017, já provocaram cerca de 1,3 milhões de deslocados e que 780 mil pessoas permanecem fora das aldeias de origem, apesar de 600 mil já terem regressado às suas zonas de residência.
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