A paralisação das actividades por parte dos enfermeiros e agentes de serviço no sector da saúde, em reivindicação do 13.º salário, pode prolongar-se por mais dias, com possibilidades de se avançar para uma greve silenciosa.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Enfermeiros de Moçambique (ANEMO), Raul Piloto, que falava durante a apresentação do balanço da primeira semana de suspensão de actividades, “até ao momento não houve pronunciamento do Governo em relação à reclamação dos profissionais”.
“Os funcionários públicos sentem-se esquecidos e desconsiderados, mas temos fé que o Conselho de Ministros avance com alguma informação. O nosso desejo é que esta situação seja resolvida, porque, na pior das hipóteses, poderemos ter uma greve silenciosa, que é mais perigosa porque não haverá fonte de resolução o que causará mais prejuízos em relação à declarada”, referiu o representante.
Numa publicação do jornal Notícias, a fonte acrescentou que nos primeiros sete dias da paralisação das actividades, pelo menos 75% dos profissionais aderiram à iniciativa e os restantes 25 a prestar cuidados mínimos.
A interrupção em reivindicação do 13.º salário, abrange para além da ANEMO, a Associação Nacional dos Professores (ANAPRO), a associações dos Professores Unidos de Moçambique (APU) e dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) bem como o Sindicato Nacional da Função Pública.
Há dias, o novo ministro da Saúde, Ussene Isse, considerou que a paralisação das actividades no sector não é ética, embora reconheça a legitimidade das reivindicações dos profissionais que exigem o pagamento do 13.º salário.
“O facto de [os médicos] não receberem salários não pode comprometer a relação entre o profissional de saúde e o paciente. Reivindicar é legítimo, mas interromper o trabalho não é uma atitude ética no sector da saúde”, declarou o governante durante uma visita ao Hospital Provincial de Lichinga, em Niassa.
(Foto DR)
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