A Assembleia da República abre as portas hoje, segunda-feira (13), para dar posse aos 250 deputados eleitos a 09 de Outubro e iniciar uma nova legislatura, no momento em que o País vive uma crise pós-eleitoral, depois de toda a oposição considerar fraudulento o processo de contagem de votos que deu a vitória à Frelimo, no poder.
O segundo candidato mais votado, Venâncio Mondlane, que desde 24 de Outubro lidera uma enorme onda de manifestações em todo o País, a que se seguiram protestos e vandalizações, apelou a “manifestações pacíficas” nos próximos três dias, das 8 às 17 horas.
Entretanto, ainda antes da abertura do Parlamento, a Renamo e o MDM, a segunda e a terceira forças políticas na Assembleia da República, decidiram que os seus deputados não tomarão posse hoje.
Numa publicação da VOA, o porta-voz da Renamo afirmou que a “cerimónia está desprovida de qualquer valor solene e constitui desrespeito à vontade dos moçambicanos, pelo que a Renamo não fará parte desta cerimónia” e sublinhou que “a vontade do povo passa necessariamente pela realização de eleições livres, justas e transparentes e não em eleições administrativas”.
Marciel Macome acrescentou que “a Renamo responde pelas suas próprias acções, não temos estrutura formada para um processo pelo qual não nos identificamos, pelo que não faremos parte”.
Macome concluiu também que “a Renamo não reconhece ninguém que tenha saído nestes resultados como Presidente da República”. O partido elegeu 28 deputados.
Por sua vez, o presidente do MDM anunciou que a Comissão Política decidiu no sábado (11), que os seus deputados não tomarão posse e que hoje informou os parlamentares da decisão.
“Sempre defendi que é preciso fazer uma auditoria forense ou recontagem [dos votos], ou em última hipótese anular as eleições”, reafirmou Lutero Simango, cujo partido elegeu 8 parlamentares.
Fora do quadro parlamentar, o segundo candidato presidencial mais votado, Venâncio Mondlane, convocou “manifestações pacíficas” nos próximos dias, coincidindo com a posse dos deputados e do Presidente da República.
“Temos de dar um sinal de que o povo é que manda e o povo é que está no poder”, disse na sua página no Facebook, apelando a protestos sem violência, saques ou destruição de bens.
Entretanto, os 43 deputados do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) confirmaram que vão tomar posse.
(Foto DR)
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