Os ministros do Interior de Moçambique e das Relações Internacionais e da Cooperação da África do Sul decidiram manter a fronteira aberta e reforçar a segurança das infra-estruturas que garantem o fluxo do comércio entre os dois países, que está a ser afectado pelos protestos que se registam em cidades moçambicanas desde 21 de Outubro.
No encontro mantido em Malelane, na província sul-africana de Mpumalanga, nesta quarta-feira (18), Pascoal Ronda e Ronald Lamola reconheceram que muitas empresas sofreram enormes perdas e que é urgente garantir que os protestos não afetem o comércio.
“A reunião salientou que estas perturbações tiveram um impacto negativo significativo nas economias de ambos os países e na livre circulação de pessoas e mercadorias entre os dois países”, afirmou o ministro moçambicano, que reconheceu que “muitas empresas sofreram perdas em resultado da interrupção do comércio e que “se a situação persistir existe um grande risco de insegurança alimentar e energética”.
De acordo com uma publicação da Voz de América (VOA), o chefe da diplomacia sul-africana revelou, por sua vez, que as duas delegações “concordaram que ambos os países se esforçarão por proteger e garantir a infraestrutura para a facilitação do comércio e a colaboração contínua visando garantir o mínimo de perturbação para a integração regional, incluindo as cadeias de valor transfronteiriças associadas”.
Segundo a mesma publicação, num primeiro momento, os dois governos decidiram que vão mitigar conjuntamente a perturbação nos postos de entrada, particularmente Libombo e Ressano Garcia. Pascoal Ronda revelou que a crise pós-eleitoral foi apreciada no encontro porque também “afecta economicamente” a África do Sul.
“Nós falámos disso, explicamos, clarificamos, e neste momento aguardamos que o Conselho Constitucional faça o seu juízo final com base nos dados disponíveis para que comunique a todos os moçambicanos, à região e ao mundo, qual é o lugar histórico-político de cada um dos candidatos e de cada um dos partidos políticos, nos próximos dias estamos atentos para ouvir este resultado”, disse o ministro do interior moçambicano.
(Foto DR)
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