Moçambicanos concentraram-se em Bruxelas para exigir justiça eleitoral e melhores condições de vida

Moçambicanos concentraram-se em Bruxelas para exigir justiça eleitoral e melhores condições de vida

Um grupo de cerca de 50 moçambicanos radicados na Bélgica, no Luxemburgo e na Holanda manifestaram junto da embaixada do seu país em Bruxelas, seguindo depois para junto da sede da Comissão da União Europeia, para protestar contra os resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.

Para além da exigência da justiça eleitoral, esta concentração organizada pelo colectivo dos “Indignados” da Diáspora moçambicana, visou igualmente fazer uma chamada de atenção sobre as condições de vida da população de Moçambique, em termos de sistema de saúde e de educação, custo de vida, acesso à energia, ou ainda direito de expressão.

Segundo Fernando Chironda, activista residente na Bélgica há seis anos e membro fundador da plataforma que esteve por detrás desta iniciativa, disse à RFI, que “de modo engraçado, essa luta pela liberdade no nosso país acabou unindo os moçambicanos da diáspora, coisa que nunca tinha acontecido”.

“Uniu numa luta com finalidades comuns, que é aqui de lutar pela justiça e para a liberdade do povo moçambicano. Então, as principais manifestações da parte da Europa e da diáspora aconteceram todas contemporaneamente, em termos de data, hoje, dia 7. Então houve manifestações aqui na Bélgica, na Alemanha, também em Portugal, na França e na Itália, no Brasil e no Canadá”, começou por explicar o militante.

Para o activista moçambicano, a palavra de ordem é muito simples: “Justiça Eleitoral, direito de liberdade de expressão dos moçambicanos, paragem da matança, da violência da parte da polícia que são mandatados pelo partido no poder, mas sobretudo, também tem a ver com a luta pelos direitos humanos”. “Moçambique é um país considerado um dos piores países em termos de pobreza absoluta. O povo moçambicano vive constantemente numa espécie de ditadura, onde os jovens não têm possibilidade de ter acesso a educação de qualidade, acesso à saúde de qualidade, acesso ao emprego, acesso à habitação. Então, todos esses aspectos têm a ver com direitos básicos de um cidadão. E nós, que vivemos na diáspora, sabemos o que isso significa, porque a gente deixou o nosso país exactamente por causa disso”, disse Fernando Chironda.

O activista disse que escolheram dirigir-se à embaixada moçambicana e à Comissão Europeia nesta quinta-feira para marcar a sua posição, mostrar que não vivem alheios ao que acontece no seu país e sobretudo chamar a atenção das autoridades.

Recorde-se que Moçambique tem sido palco de protestos há praticamente três semanas, depois do assassínio em meados de Outubro de dois próximos apoiantes de Venâncio Mondlane. Dias depois, o movimento intensificou-se na sequência do anúncio pela CNE dos resultados eleitorais dando a vitória à Frelimo no poder com mais de 70% dos votos.

 

(Foto DR)

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