Manifestações: Director executivo do MISA diz que o autoritarismo está a tentar ganhar lugar

Manifestações: Director executivo do MISA diz que o autoritarismo está a tentar ganhar lugar

Diretor executivo do MISA diz que repressão da marcha pacífica e ataque da polícia a jornalistas é exemplo de que “o autoritarismo está a tentar ganhar lugar” e pede investigação sobre a proporcionalidade do uso da força.

“O que aconteceu hoje (ontem) em Maputo foi “abominável”, disse o director executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale numa entrevista concedida à DW África.

Para Nhanale a repressão da marcha pacífica do candidato presidencial Venâncio Mondlane e o ataque da polícia a jornalistas é um “exemplo claro de que o autoritarismo” está a ganhar força em Moçambique.

O responsável do MISA pede ainda uma investigação urgente ao que se passou ontem em Maputo, que foque a questão da proporcionalidade do uso da força pela polícia moçambicana.

“Isto foi abominável. Primeiro porque, como disse e foi anunciado pela liderança desta manifestação, havia a intenção de se fazer algo pacífico e, claramente logo pela manhã, a Polícia da República de Moçambique através da Unidade de Intervenção Rápida foi fazer um cordão. Pensei que a intenção era poder conduzir a marcha, mas contrariamente o que se assistiu é que a Polícia foi aí com a intenção de mostrar o músculo e proibir que um direito constitucional, que é de manifestação, pudesse ser coartado”, disse.

“Uma das formas que encontraram foi que, logo que o Venâncio Mondlane se fez presente ao local e começou a falar para os jornalistas, a polícia aproximou-se propositadamente, começou a disparar e disto resultou o que nós assistimos em direto – que foi à fuga e temos o relato de que há danos, há jornalistas feridos e isto não nos bonifica em nada”, lamentou o responsável.

Nhanale acusou ainda a polícia de ter agido propositadamente para agredir as pessoas que estavam para se manifestar. Nhanale falou ainda que não havia nenhum ato que lesasse com que a polícia tivesse tido aquele tipo de comportamento, daí que nós como MISA condenamos a ação policial.

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