O antigo Secretário-Geral do partido Renamo, Manuel Bissopo, considera que a sua formação política já perdeu a confiança do povo, classificando o desempenho nas Eleições Gerais como “vergonhoso”.

Numa publicação da DW, Bissopo afirmou que os resultados eleitorais, que até agora denunciam uma “queda veriginosa” do partido na esfera política, reflectem uma “punição clara a Ossufo Momade”, que falhou em perceber os sinais de insatisfação que já estavam evidentes na opinião pública.

“A Renamo deixou de ter a confiança da maioria. É algo que lamento profundamente”, atirou o ex-secretário-geral da Renamo, salientando que:  “a situação é péssima”.

Segundo Bissopo, não há como minimizar ou tentar embelezar a realidade: “os membros e a população, de modo geral, não estão satisfeitos com o desempenho do partido”.

“Não faltaram alertas ao longo desses cinco anos, mas, infelizmente, a gestão da Renamo não correspondeu às expectativas da maioria dos seus apoiantes. Durante todo esse período, ouvimos críticas constantes, e o partido foi incapaz de reagir. O resultado é o que vemos agora: uma situação dolorosa e decepcionante”, acrescenta.

Para o antigo número dois da Renamo, ao longo dos últimos cinco anos o seu partido não respondeu às expectativas das massas. Por isso, “agora, está colhendo as consequências”.

“Infelizmente, sou obrigado a admitir isso. Não tenho mais idade para esconder a verdade. A Renamo foi mal gerida. Não houve o sentimento de que era preciso agarrar-se à gestão para ir ao poder”, frisou.

Mais adiante, a fonte deixa um alerta, realçando que “a Renamo enfrenta enormes dificuldades para superar essa crise, e se o partido não oferecer uma resposta adequada, será ainda mais difícil”.

E para os próximos escrutínios, Bissopo defende ser fundamental que a Renamo se apresente com um “novo visual”, que inspire novamente confiança em milhões de moçambicanos.

“O partido tem uma grande tarefa nos próximos meses. Há uma urgência para que se dê uma resposta positiva, demonstrando que a Renamo ainda pode merecer a confiança do povo, mas isso exigirá mudanças profundas”, defendeu.

(Foto DR)