Nuvunga pronuncia-se sobre a ameaça de morte e balas encontradas em sua residência

Nuvunga pronuncia-se sobre a ameaça de morte e balas encontradas em sua residência

O Director da Organização Não-Governamental Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, encontrou duas balas de AK47, uma das quais contendo o seu nome, no quintal da sua residência, disse hoje à Lusa o próprio activista.

“As câmeras de vigilância mostram que as balas foram jogadas para a minha residência por dois homens, que depois colocaram-se em fuga. Isto por volta das 05:00 de segunda-feira”, explicou à Lusa o activista moçambicano, que lembrou que a sua casa está localizada a escassos metros de uma esquadra policial.

Segundo Adriano Nuvunga, as balas estavam embrulhadas em papéis e, embora, no geral,o teor das mensagens fosse pouco claro, em pelo menos uma estava escrito “Cuidado, Nuvunga”.

“Isto para nós é uma ameaça velada que visa limitar o nosso trabalho, um trabalho que visa precisamente alargar o acesso à justiça para que as pessoas vítimas da corrupção e impunidade possam ter o mínimo de dignidade. Portanto, com todas essas ameaças, o que posso dizer é que a luta continua”, declarou o activista.

Contactado pela Lusa, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique confirmou que recebeu a denúncia, avançando que prosseguem operações para a identificação das pessoas que deixaram as balas na casa do activista.

“Recebemos a denúncia na segunda-feira e já estamos a trabalhar sobre o assunto. É prematuro avançar qualquer hipótese do que realmente terá acontecido, mas as autoridades estão a trabalhar para trazer a verdade dos factos”, frisou o porta-voz do Sernic, Hilário Lole.

Adriano Nuvunga, uma das vozes mais sonantes e críticas na sociedade civil moçambicana, é Director da organização não-governamental Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) e já dirigiu também o Centro de Integridade Pública (CIP), além de ser professor de Ciências Políticas na Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique.

Em 2020, Adriano Nuvunga recebeu uma ameaça de bomba em sua casa, um caso que a Amnistia Internacional pediu que fosse investigado, mas cujo desfecho até hoje não é conhecido. (RTP)

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.