A Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews) alerta para o agravamento da situação de pobreza das famílias moçambicanas que já vivem numa situação de penúria. Essa tendência tem como causa o recente subida do preço dos combustíveis, em consequência do aumento dos preços do petróleo bruto no mercado internacional.
“O aumento de 12% e 15% nos preços da gasolina e do gasóleo, respectivamente”, anunciado no dia 16 de Março, “deverá fazer aumentar o custo de vida e desacelerar a recuperação económica, principalmente para as famílias urbanas pobres”, lê-se no relatório da Fews, citado pela RTP.
O documento, segundo a fonte, também referiu-se ao aumento dos preços do pão decorrente da subida global dos preços do trigo. Assim, tanto os combustível como o pão “deverão reduzir o poder de compra das famílias, embora o impacto das medidas de mitigação em andamento ainda não tenha sido determinado”.
No documento refere-se que o aumento nos preços já fez com que transportes colectivos “parassem temporariamente as operações em protesto pelo aumento dos custos operacionais” em vários pontos do país.
O aumento deverá reflectir-se “nos custos de transporte e no custo das transações de mercadorias e alimentos básicos”.
O impacto provocado pelo preço dos combustíveis acontece numa altura em que se prevê uma descida da produção agrícola no país em relação a anos anteriores devido a condições meteorológicas adversas.
http://896.424.mywebsitetransfer.com/havera-fome-em-mocambique-rede-fews/
A rede Fews prevê ainda que o início da colheita “seja adiado por um mês na maior parte de Moçambique, excepto na província de Maputo, onde a colheita principal já começou”.
“O atraso na colheita provavelmente prolongará a época de escassez e impedirá que os preços dos alimentos caiam sazonalmente”, conclui.
Em Moçambique, mais de 2,9 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar severa e a desnutrição grave afeta quase metade das crianças com menos de cinco anos de idade, segundo dados do Programa Alimentar Mundial (PAM).